quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Batatinhas

Os três estavam reunidos em um barzinho legal pra “bebemorar” alguma coisa qualquer. Degustavam um bom chopp gelado e debatiam sobre vários assuntos, nada muito importante. João era o que mais falava e menos ouvia, seguido de Alice que tagarelava e gesticulava sem parar, fumando quase todos os cigarros do seu maço amassado de Malboro light. (light porque ela estava “tentando” parar). Danilo apenas observava e fazia colocações quando requisitado. Danilo, o ingênuo “caçula” dos três amigos. Depois de algumas doses de chopp, resolveram pedir uma porção de batata-frita. Sim, uma porção de batatinhas quentes, salgadinhas, crocantes e salpicadas com queijo ralado derretido.

Enquanto comiam, tagarelando de boca cheia e bebericando seus chopps, Danilo observava atento uma batata entre seus dedos. Alice riu. João deu de ombros e Danilo, em seus raros momentos de colocações, indagou “Será que rico também come batatinha?!” e abocanhou com delicioso prazer, aquela enorme, quentinha e crocante batatinha. Alice engoliu seco, segurando sua taça quase vazia, João ficou sério e lento enquanto mastigava. Danilo sorriu deliciosamente e todos caíram na gargalhada. “Mas que pergunta, é claro que....” Alice não tinha certeza da resposta. João continuou falando qualquer coisa, nada a ver com o assunto, como era do seu feitio fazer. Danilo insistiu “Mas não é verdade?! Comem ou não comem?!” Alice riu e disse com ar de sabedoria. “Danilo” - gole de chopp - “Se você ficasse rico..” - comendo uma batata ao molho de ketchup e mostarda - “...não comeria mais batatinha?”. Danilo pensou, pensou. “É, não tem como saber isso. Acho que sim. Mas sendo rico, nunca se sabe né?”. Alice deu de ombros, pensou “Que pergunta...”. João discutia com o garçom o valor da conta. E Danilo perdeu seu olhar no...além. Um além qualquer onde ele sempre se perdia com sua imaginação fértil.

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