quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O lado bom

Senti a necessidade de justificar a escolha de alguns filmes para fazer uma crítica específica.
Estou apenas na metade do curso de cinema, um curso que se diz direcionado para teoria, crítica e roteiro, mas onde experimentamos aplicar um pouco de tudo isso na prática. A diferença mais evidente que percebo em meu desempenho é que antes, fazendo parte apenas do público leigo, criticava um filme sem nenhum embasamento teórico e experiência em trabalho prático, mas hoje vejo que tenha mais facilidade em identificar o que exatamente me incomoda num filme e talvez, usar um pouco desse conhecimento e experiência para fazer minhas críticas.
Apesar disso, algumas vezes ainda falta um conhecimento maior e um leque de palavras mais aperfeiçoado para me expressar e até identificar coisas que não gostei num filme, mas criei o blog exatamente para praticar e sendo visitado ou não, é o que menos importa!
O cinema para mim tem um amplo papel. Partindo do princípio de que ele é um grande veículo de massa, ele pode ser usado de diversas formas e com diferentes objetivos.
Existem vários tipos de cinema, o cinema feito para crítica, o cinema maduro, o de puro entretenimento, o cinema superficial, o cinema B, o cinema que tem a intenção de transmitir alguma mensagem, contar alguma história, verdadeira ou não, o cinema que representa a realidade, o cinema que foge completamente de tudo isso, o cinema dentro do cinema, o cinema informativo, documentário, biográfico, enfim, nesse universo cinematográfico existe um universo de possibilidades e acredito haver espaço para todas. Por isso às vezes é tão difícil comparar um trabalho ao outro, pois cada um possui uma intenção/objetivo/razão diferente, independente de nossos gostos.
Detesto as pessoas que excluem essas possibilidade e julgam ser cinema apenas o que lhes convém. Eu tento sempre extrair algo de bom de qualquer obra, mesmo tendo um gosto pessoal. Ainda assim, acontece algumas vezes de eu "jogar" um filme inteiro no lixo, por me revoltar com esse dinheiro mal gasto, enquanto muita coisa boa poderia estar sendo feita com essa pequena fortuna, pelo mundo afora. Infelizmente ainda vivemos num monópolio cinematográfico hollywoodiano que aos poucos parece estar se esgotando e naturalmente dando lugar ao cinema alternativo e marginalizado da mídia. Mas ainda é uma longa caminhada!
O que descubro é que analisar e criticar um filme é sempre muito relativo. Dar uma nota de 0-5 então, mais complicado ainda, pois enquadrar alguns filmes na mesma nota não significa que eles possam ser comparados. Cada obra merece uma análise única e específica. Afinal um filme não nasce pronto, passa por etapas e é importante dar valor a cada uma delas. Às vezes um filme foi mal-feito mas tem uma boa intenção e vice-versa. E acredito que um crítico de cinema precisa relevar tudo isso, pois a crítica é sempre em cima do resultado final, mesmo que a análise avalie o suposto processo que acontece em todo filme.
Enfim, senti essa necessidade de expor o que penso sobre a crítica cinematográfica, que eu venho tentando praticar desde que criei o blog. Infelizmente não há segundas opiniões para haver um debate ou discussão construtiva, mas ainda tenho esperança que um dia isso ocorra. Enquanto isso vou praticando e aprendendo algo sobre tudo isso!
Obrigada pela visita (de sempre ou não), mesmo que anônima! =)

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