segunda-feira, 28 de abril de 2008

"Apocalypto" de Mel Gibson 2006

Em algum lugar está meu post sobre "10.000 a. C." e cito este filme, pois os dois seguem traços semelhantes.
É um filme épico, num contexto histórico atípico, mas com uma estrutura narrativa principal ambientada neste contexto. As semelhanças param por aí.
O que mais gosto do trabalho de Mel Gibson, além da atuação, claro, é o trabalho minucioso dos filmes. Os idiomas originais, as características físicas semelhantes às reais, e a contextualização não só da história, mas dos costumes, crenças, fisionomia, atitudes e afins, fugindo do típico eurocentrismo. Enfim, acho que estou falando do trabalho brilhante da produção e da direção de arte.
O filme é pura ação, conseqüência da história, que se concentra na dominação entre os Mais e Astecas, de uma América "virgem", onde prevalece a lei da sobrevivência, e onde são travadas batalhas brutais na dominação de povos a serviço das crenças e sacrifícios humanos. Tudo isto, antes de ser descoberta por desbravadores espanhóis, como o final sugere. (ups) O pior ainda estava por vir (segundo dados históricos).
O ponto de vista nos é dado a partir de um dos integrantes de uma das tribos invadidas, personagem principal, que esconde sua família e passa o filme tentando salvar a própria pele, para poder salvá-los das forças da natureza.
O filme acontece na ação, mas também na troca de olhares dos personagens. Que mal falam, mas conseguem transmitir o que sentem através dos olhos. E isto nos basta para ocorrer identificação com o personagem e torcer para um final feliz. Não importa a época, os sentimentos são os mesmos!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

"Ponto de vista" de Pete Travis 2008

Se cortarmos os últimos 15 minutos, teremos um filme muito mais interessante. O final previsível, americanizado, moralista e improvável, consegue tirar muitos pontos positivos do filme.
Previsível e improvável porque no fundo você torce pelo contrário do que acontece. Americanizado e moralista porque obviamente os terroristas não poderiam sair ganhando, certo? Existe uma moral embutida bem x mal, "o mal perde no final = o terrorista perde no final". Será que é o mal mesmo?!
Uma mesma história, ou melhor, uma mesma passagem de tempo, um mesmo evento que ocorre, para ser mais exata, é mostrado em 5 pontos de vista diferentes. No caso, o assassinato do presidente dos EUA, na Espanha, num evento pacífico.
Os 4 primeiros pontos de vista são a partir de personagens (jornalistas, seguranças EUA, turista e segurança espanhol) e o último, como ponto de vista do narrador onisciente, onde revela o que ainda não havia sido revelado, o ponto de vista dos terroristas. A trama só se constrói, a cada ponto de vista, pois a compreensão dos fatos só se dá a partir das descobertas que o espectador faz. E é claro que o que todos queremos saber é: o que realmente aconteceu?
O filme cria um certo suspense, pois em cada ponto de vista, algo novo nos é apresentado, aumentando a nossa curiosidade e fazendo a trama se desenrolar. "Ah! Foi isso que ele viu!" Ou seja, o papel do espectador é fundamental para compreensão da história! E nisso, o filme é inovador.
O que achei mais interessante foi essa receita "Lost" de instigar o espectador a prestar atenção na próxima informação, criando as conexões necessárias pra melhor compreensão dos fatos. Inclusive o ator, Matthew Fox, o Jack de Lost, faz uma ponta importante na trama.
Traições, mortes, terrorismo, jornalismo comercial e manipulador são alguns dos temas tratados, maaaas o final consegue estragar qualquer entusiasmo criado no decorrer do filme. E quem assistir, vai entender o porquê.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Filmes do mês - abril

Atualizando no decorrer do mês, na ordem em que assisto

-Apocalypto de Mel Gibson 2006 (4)
-Imagens do além de Masayuki Ochiai 2008 (1)
-Fahrenheit 9/11 de Michael Moore 2004 (4)
-Um bom ano de Ridley Scott 2006 (4)*
-Sedutora e diabólica de Nick Guthe 2006 (1)
-Ponto de vista de Pete Travis 2008 (3)

*Revistos (0)-horrível; (1)-ruim; (2)-razoável; (3)-bom; (4)-muito bom; (5)-excelente