sexta-feira, 11 de julho de 2008

"O diabo veste Prada" de David Frankel 2006

Alguns filmes nos conquistam pelo carisma dos atores/atrizes que interpretam protagonistas, sejam diabólicas e sofisticadas chefes; ou inocentes mocinhas sonhadoras, profissionais recém-formadas.

Mas o que vale destacar do filme inteiro, é a fala de Miranda Priestly (imortal Meryl Streep), quando Andrea "Andy" Sachs (carismática Anne Hathaway) caçoa de dois cintos azuis que parecem iguais.

Num discurso inflamado e sem interrupção, Miranda descreve com classe e seriedade, como o trabalho que (eles) os profissionais da moda estão fazendo, influenciará qualquer peça encontrada em qualquer loja ou brechó, selecionados intencionalmente ou ao acaso, mesmo por quem acredita estar sendo contrário ao que eles pregam.

Então rir deles é como rir de si mesmo, mesmo em sua falsa e ilusória originalidade, pois de uma certa forma, todos são escravos, vítimas ou público-alvo, daqueles que decidem fazer parte de um mundo tão polêmico e hipócrita como o da moda.

Não que eu concorde totalmente, mas não tiro a razão. Nossas escolhas até podem ser originais, mas partem da decisão de outras, que possuem um certo poder nas mãos, direta ou indiretamente. E parece tolice citar Moda, mas este conceito é aplicável a todas as outras áreas artísticas. (e mais?) Reforçando a idéia de que algo ao mesmo tempo que é original, também pode ser adaptado. É uma questão de ponto de vista. É relativo, incompleto e cíclico.

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