quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Divã" de José Alvarenga Jr. 2009

Já faz um tempo que assisti, então não conseguirei lembrar de todas as impressões que tive.

É um filme para um público-alvo bem específico: mulheres acima dos 30, casadas, divorciadas, viúvas, acomodadas, frustradas, confusas e que precisam encontrar um novo sentido para viver (ou sobreviver). O filme pode servir de motivação ou relógio-despertador para mulheres em situações semelhantes.

Lilia Cabral interpreta "Mercedes", uma mulher que acredita ser feliz e realizada no casamento. Conforme dialoga com o terapeuta (em monólogo), percebe frustrações e insatisfações até então adormecidas ou despercebidas. Para conhecer a si mesma, ela precisa enfrentar seus conflitos internos e deparar-se com situações, muitas vezes incomuns ao seu universo. Situações até então desconhecidas e/ou redescobertas.

São nestas situações, quase sempre cômicas e até clichês, que Mercedes se descobre e dá um novo rumo para sua vida.

A melhor frase é aquela em que ela reflete no divã que nunca estará pronta, mas que não tem o menor problema, pois está disposta a seguir essa trajetória sem destino definido.

E realmente nunca estaremos prontos. Estamos sempre "quase lá".

É um filme bem "global" e tolo, mas até dá pra fazer alguma reflexão a partir dele.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Meu nome não é Johnny" de Mauro Lima 2008

"Meu nome não é Johnny" me parece uma releitura "abrasileirada" de "Prenda-me se for capaz" de Steven Spielberg de 2002.

A estrutura cinematográfica é bem semelhante. Uma história real de um criminoso procurado no país e de sua trajetória pré e pós-prisão.

Assim como no filme de Spielberg, o início é marcado com sua prisão e na seqüência seguinte, mostra a sua infância e traços da sua personalidade, evidenciando indícios na construção de alguns valores adquiridos pelo meio em que vive: escola, companhias e pais.

No filme de Spielberg, essas evidências são marcadas pelas sequências aonde Frank é detido na escola por se passar por professor e o pai acaba rindo, dando um certo apoio a sua atitude. Em outro momento, Frank presencia a traição da mãe e ela oferece dinheiro para ele se calar.

Já nesse filme, na sequência da mãe (Julia Lemertz) conversando com o pai na cozinha, Johnny é citado como líder de "atrocidades" na escola pela direção e ela aponta a necessidade de conversarem com o filho. Enquanto estão na cozinha, Johnny e seus amigos soltam um rojão na sala e o pai ao invés de brigar, comemora o gol do Vasco, apoiando a atitude do filho, sem recriminá-lo.

Nos dois filmes, Johnny e Frank são filhos únicos e sofrem as consequências de pais separados. Mas nos EUA, Frank se envolve com fraudes para sobreviver sozinho, num momento pós-separação e encontra nelas, um meio de viver. Já no Brasil, a realidade mais comum do jovem brasileiro é o envolvimento com drogas, portanto nada melhor para ilustrar esse perfil, que narrar a história de João Guilherme.

Johnny é um jovem de classe média, sem motivação ou meta, que se envolve com drogas, curtindo seus amigos em festas de arromba. Encontra aí um meio para viver. Com a venda de drogas, ele pode manter essa rotina diária de festas e ainda manter seu próprio consumo. Ele nunca viu a venda de drogas como um negócio ou com olhar empreendedor, apenas como um meio de sobrevivência. É isso que ele relata em seu depoimento à justiça e é isso que faz a juíza (mão-de-ferro) dar uma chance a ele.

Os dois encontram redenção ao final do filme. Johnny se recupera em uma prisão de reabilitação para doentes mentais e dependentes; e Frank trabalha para o FBI, colaborando para captura de criminosos do seu porte.

A diferença mais evidente entre os dois filmes, é a presença de um antagonista em "Prenda-me se for capaz". O policial interpretado por Tom Hanks, ganha destaque ao lado de Leonardo Di Caprio, criando uma relação paralela entre os dois, até o momento de sua prisão. Duas linhas que se encontram num desfecho.

No filme de Mauro Lima isso não ocorre, pois a polícia é retratada de forma realista: corrupta e envolvida com o tráfico de drogas, assim como outros filmes nacionais também retratam. "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite" são bons exemplos dessa realidade.

O que acho falho nessa versão "abrasileirada" é justamente a superficialidade na construção de personalidade de Johnny e sua verdadeira motivação em se envolver com drogas. O filme apresenta indícios, mas peca em não se aprofundar nessa construção. Apenas apresentá-lo como narração de um acontecimento real, não me parece suficiente em carga dramática e em expressão cinematográfica, na qual me parece que o filme se propõe.

O filme aborda superficialmente questões polêmicas como envolvimento da polícia com o tráfico e a situação dramática das prisões brasileiras e o sistema falho em devolver deliquëntes recuperados para a sociedade, além de outros assuntos como a separação dos pais, a inserção no universo das drogas através da maconha (cena da praia), a relação com os amigos, a relação com a namorada e suas crises de abstinência sem droga no centro de recuperação psiquiátrico (que não ocorrem).

Lima até tem uma boa proposta, mas ainda me parece uma releitura "abrasileirada" de um filme "hollywoodiano".

Filmes do mês - abril

São atualizados no decorrer do mês.

13T-"O retorno de Catherine" de Rex Piano 2004 (1)
12C-"Divã" de José Alvarenga Jr. 2009 (2)
11T-"Meu nome não é Johnny" de Mauro Lima 2008 (2)
10T-"Jumanji" de Joe Johnston 1995 (3)*
09T-"A menina errada" de David Jackson 1999 (2)
08T-"Extermínio" de Danny Boyle 2002 (2)
07D-"12 homens e uma sentença" de Sidney Lumet 1957 (4)
06T-"Cidade de Deus" de Fernando Meirelles 2002 (4)*
05T-"Outubro" de Sergei Eisenstein 1927 (4)
04A-"Um homem com uma câmera" de Dziga Vertov 1929 (5)*
03T-"X-men: o filme" de Bryan Singer 2000 (3)*
02C-"Monstros X Alienígenas" de Rob Letterman 2009 (2)
01C-"Presságio" de Alex Proyas 2009 (2)
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*Filmes Revistos

Organização:
Ordem crescente - em números. Nome do filme + diretor + ano.

Códigos:
A (em aula);
C (cinema);
D (dvd próprio),
L (locadora),
P (pirata),
T (tv).

Notas:
(0) horrível OU nem me pagando pra ver de novo.
(1) ruim OU no máximo de graça.
(2) razoável OU dá pra ver na Sessão da Tarde ou na Tela Quente.
(3) bom OU pra locar na Videolocadora.
(4) muito bom OU esse vale a pena ver no cinema.
(5) excelente OU marcou a minha vida.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Who Wants To Live Forever - Queen

Composição: Brian May

There's no time for us
There's no place for us
What is this thing that builds our dreams
Yet slips away from us

Who wants to live forever?
Who wants to live forever?

There's no chance for us
It's all decided for us
This world has only one sweet moment
Set aside for us

Who wants to live forever?
Who wants to live forever?

Who dares to love forever?
When love must die

But touch my tears with your lips
Touch my world with your fingertips
And we can have forever
And we can love forever
Forever is our today
Who wants to live forever?
Who wants to live forever?
Forever is our today

Who waits forever anyway?

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(estado de espírito...= ~)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

"12 homens e uma sentença" de Sidney Lumet 1957

O filme começa e nos apresenta o final de um julgamento, aonde um adolescente está sendo acusado de assassinar o pai, e o júri precisará se reunir para declará-lo culpado e inocente. Vemos rápidamente um plano desse jovem e em seguida, o júri se reúne numa sala.
Quando vi essa cena do júri reunido na sala pensei comigo "O filme não vai ser isso né?". Mas foi. E é fantástico.

Lumet cria 12 personagens marcantes e completamente diferentes. Em cada atuação, percebemos traços de personalidade e valores formados.

São vários planos-sequência aonde o personagem de Henry Fonda acaba convencendo todo o júri de que o garoto é inocente e não culpado, como os 11 haviam votado no começo da reunião.

Ford não acredita que ele seja culpado, mas também não o julga inocente, apenas não tem certeza dos fatos. Eles revisam todas as provas e depoimentos e criam hipóteses não sondadas pelo promotor e pela defesa.

Com as dúvidas, um a um, vai mudando de opinião, até votarem "inocente".

O fantástico do filme não é a história em si, mas como ela é construída e contada. Em um fragmento de história, tendo quase o mesmo tempo do próprio filme e contando com o desempenho dos atores, do diretor, da montagem e obviamente de um roteiro muito bem construído, temos uma obra-prima intrigante.

O filme prende o espectador e traz o grande questionamento sobre a banalidade humana diante de assuntos tão complexos e definitivos.

É obra de gênio.

"Cidade de Deus" de Fernando Meirelles 2002

"Cidade de Deus" retrata a violência urbana brasileira e um pouco do universo do tráfico de drogas e a relação dos personagens e suas motivações.

De um realismo fantástico, o filme nos apresenta personalidades marcantes em vários segmentos que envolvem o tráfico.

Por um lado temos os personagens da favela Cidade de Deus, que trilham caminhos opostos. E por outro, personagens que complementam suas relações e atitudes. Vou detalhar alguns deles.

Numa realidade cruel da miséria e da falta de perspectiva, Buscapé, um jovem morador da Cidade de Deus, trilha um caminho diferente do que o esperado. Até tenta se envolver com o crime organizado, por ser uma vida fácil, mas por uma construção de valores ou até por uma falta de coragem talvez, escolhe tentar levar uma vida normal. Estuda, faz estágio, apaixona-se, fuma maconha e contando com o acaso ou não, recebe uma oportunidade como fotógrafo, que o distancia de uma trajetória quase certa para jovens e crianças moradores do morro e inseridos no universo amendrontador do tráfico.

Meirelles opta então em tornar Buscapé o foco principal do filme e o usa como ponto de vista, como narrador, como um alguém que vive num ambiente do qual faz parte.

Não que ele tenha presenciado ou vivenciado tudo, mas morando na Cidade de Deus, não parece difícil deduzir ou saber tudo o que se passa aos arredores.

O filme nos apresenta uma estrutura esquemática do tráfico muito simples: uma boca de fumo, da onde a droga sai, é o trófeu de qualquer traficante. É ela que lhe dá poder e dinheiro. Para preservá-la como a um forte, é necessário ter comparsas que arriscam suas vidas por ela. É necessário ter armas para provocar o medo e o pânico, e se preciso, utilizá-las nas guerras de gangues. E para tudo isso é necessário ter dinheiro, mas se ele não vem com as drogas, tem que vir de algum lugar, e é exatamente isso que gera a violência urbana, que atinge todas as classes. Assalto a bancos, assalto a mão armada, no ônibus, tudo em função do dinheiro e do poder que ele pode dar para jovens sem perspectiva nenhuma de vida.

É essa noção de poder sobre as vidas humanas que os tornam tão cruéis e cegos. Zé pequeno perde acidentalmente o melhor amigo por vingança, Zé pequeno constrói o inimigo Mané galinha, por abusar do seu poder ou do poder de uma arma de fogo e de uma gangue que o apóia, estuprando a namorada e matando a família do Mané galinha. Tudo isso só comprova que violência gera violência e continuará gerando, até que se dê algum basta.

Além disso, a gangue, impõe seus próprios valores na favela. Cria regras próprias de sobrevivência e uma própria estrutura de governo, que favorece os menos favorecidos pela sociedade. Os moradores têm que segui-las ou são punidos e mortos sem piedade.

Sem respeitar qualquer lei ou padrões da sociedade, o tráfico é financiado pelos consumidores e pelos policiais corruptos que comercializam armas e drogas apreendidas. É um mercado ilegal paralelo aos outros mercados. Quase uma escala de progressão, semelhante ao universo humano de início e fim.

As gangues retratadas são apresentadas como exemplos do esquema. Algo que começou pequeno foi progredindo e se transformando. E o filme não exibe nem perspectiva de um final feliz, só mostra sua progressão e continuidade. Os pequenos promissores que matam "Zé Pequeno"são o maior exemplo disso.

Cidade de Deus não é nenhum relato surpreendente. É uma ficção que une tantas reportagens, programas e depoimentos sobre a violência urbana e o tráfico de drogas. Também não é um discurso da verdade, é uma construção de hipóteses, pois se ele se baseia em fatos reais, ele apenas apresenta hipóteses para construir uma história, um fato.

As atuações são tão realistas, que a câmera parece nem estar ali, mas sim o espectador. A afinidade dos atores com os personagens e com a câmera é tão grande, que parecem estar atuando como personagens de si mesmos.

É um filme documental, que registra mesmo em ficção, uma realidade triste, cruel e constante da vida de muitos brasileiros.

Não o tomarei como uma verdade, mas chega muito perto.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"Um homem com uma câmera" de Dziga Vertov 1929

Frenético! É um filme frenético e de palavras-chave: movimento, muito movimento, ciclo da vida, o cinema, o homem, o espectador, as engrenagens, a montagem, a simultaneidade, a continuidade, o cíclico, a sincronia.

Não há uma história, mas temos personagens: o homem e sua câmera que tudo registra; e as pessoas retratadas em seu cotidiano, em seu ciclo de vida, em sua natureza.

Vertov cria um bombardeio de imagens e brinca com esse tal "cinema-verdade".
Encontro vestígios de linguagem na idéia de "enquanto isso". Enquanto a cidade desperta, a mulher desperta, um homem dorme, alguém trabalha. Alguém nasce, alguém morre. Tudo parece acontecer ao mesmo tempo, talvez num mesmo dia, ou num mesmo instante.

A aparição do "homem e sua câmera" parece criar um distanciamento e aproximação ao mesmo tempo. "Olhe isso é a vida, olhe isso é cinema!". A câmera como um olho, que não é seletivo, é apenas instrumento do cérebro, da compreensão humana daquilo que presencia e visualiza. Quem dá o sentido somos nós.

As imagens são excessivas e densas, mas a vida real é densa e ágil. O tempo corre e Vertov brinca com o tempo. Ora acelera a imagem, ora retarda, e tudo em sincronia com uma melodia. Melodia fundamental, pois constrói o dinamismo das imagens, reforça o movimento, reforça a frenesia. Música frenética acompanhando um ritmo frenético de imagens.

Percebo 3 linhas de narratividade: as imagens, a presença da câmera inserida nos cenários e interferências. Essas interferências são imagens aleatórias inseridas em eventos narrados. Cartazes, engrenagens, espectador.

Apesar de não haver uma linha narrativa principal, uma história a ser contada, há um posicionamento, normal em qualquer registro, em qualquer documento. Há algo que possa ser extraído do filme, há algo que possa causar reflexão ou haver comunicação. Se fosse apenas um bombardeio insignificante, nosso repertório talvez não captasse nada, mas ele capta porque há algo a ser captado.

Vertov cria inúmeros constrastes nas imagens: o divórcio de um casal e o divórcio da imagem - imagem dividida; o nascimento e falecimento (bebê X funeral), as engrenagens mecânicas e as engrenagens naturais (máquina X queda d´gua); o lento e o acelerado (esportistas e espectadores).

As imagens possibilitam inúmeras associações. E o movimento contínuo é constante no filme, mesmo quando desacelera e recomeça.

O auge da reflexão do filme como cinema são as imagens congeladas, meras fotografias, e a personagem "montadora" ajustando-as, vemos então a imagem em movimento. Cinema em sua base é isso, "imagem em movimento". Cinema é frenético, é constante, é intenso, é o descongelar do tempo, é a continuidade da imagem, é a vida, mesmo que ainda representada. A presença do homem com sua câmera retrata isso, apenas representação. Há alguém por trás manipulando essas imagens, selecionando-as como num trabalho qualquer. Mãos que trabalham, mãos de manicures, operários, datilógrafas, telefonistas, embaladeiras, pianistas, mineiros, de montadores, de cinegrafistas. Mãos que tem vidas, que tem histórias, suas próprias histórias.

Vertov consegue criar através das sua construção de imagens toda a reflexão sobre a origem do cinema, todas suas transformações e possibilidades. Ele retrata o cotidiano dos Lumiere, a trucagem de Melies, a linguagem de Griffith, a montagem de Eisenstein, o experimental do cinema e um além que poderá chegar.

Não conheço nada parecido com Vertov. Um visionário talvez. Seu filme é único e pioneiro. É um registro da vida, um documento do cinema, do que é o cinema e de todas suas possibilidades.

O cinema é movimento. O cinema é Vertov.

"Presságio" de Alex Proyas 2009

Decepcionante.
Sabe quando começa de um jeito e termina de outro? Então...

"Presságio" começa com um contexto, beirando ao horror. Uma garotinha pálida e assustadora, tem atitudes estranhas e suspeitas ao escrever, compulsivamente, números numa folha branca, enterrada numa cápsula do tempo, para ser aberta 50 anos depois.

Nicolas Cage, enquadra-se num personagem familiar dos filmes hollywoodianos: um pai viúvo, que não aceita a morte da esposa, perde a fé, bebe antes de dormir e mal consegue se relacionar com o filho único, pequeno e "meio" surdo. É um astrofísico, professor e frustrado por acreditar que o mundo é repleto apenas de meras coincidências e acidentes.

O filho estuda na mesma escola da menininha assustadora e quando a cápsula é aberta em comemoração aos 50 anos da escola, ele, por sugestão do acaso, pega o envelope com a folha cheia de números.

O que parecia um filme de horror/suspense torna-se um filme de ficção científica.

A carta é descoberta por Cage e ele se afunda numa lógica de números que evideciam tragédias em data, pessoas mortas e posteriomente, localização precisa. Faltam 3 eventos, segundo a ordem dos números, para acontecer e Nicolas participa de todos, um por "acaso" e outro, tentando evitá-lo. O último, torna o filme, um discurso direto sobre fé e discurso bíblico.

Nisso tudo, há a presença misteriosa de um ser estranho, aparente extra-terrestre ou algo do tipo.

De suspense/horror torna-se uma ficção científica, e ao final, um discurso bíblico descarado e utópico.

O evento final, previsto pela menina estranha, é o fim do mundo. "Every one".
O sol irá lançar calor que destruirá toda a superfície da Terra e o ser estranho, que na verdade, são seres, vieram para a Terra, buscar os escolhidos, uma espécie de arca de Nóe espacial, e anjos extraterrestres. Claro, que os escolhidos são o filho de Cage e a neta da menina estranha.

A fotografia final, é uma moderna referência ao Genesis da Bíblia, citando Adão e Eva em sua roupa de saco de batata e a árvore do paraíso.

Eu achei o filme uma piada, não pela referência bíblica, mas por tentar vender algo que não é.
Porque não assumiu desde o início ser uma visão moderna do apocalipse?
Porque se apossar das técnicas e fórmulas cinematográficas hollywoodianas, para vender um filme de suspense e ficção, quando se inspira em profecias concretas?

O filme me parece uma releitura tosca de alguma idéia de balaio, numa Hollywood esgotada de idéias originais e cheia de grana pra gastar. Um desperdício.

É a evidência do começo da morte de uma indústria saturada. Ou pelo menos, é o que espero que aconteça, para surgir então um novo cinema, talvez "suecado". =)