quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Salt" de Phillip Noyce 2010

Angelina Jolie encarna uma agente da Cia, acusada de espionagem.
O filme foi inicialmente projetado para um personagem masculino, recusado por Tom Cruise, que preferiu fazer "Encontro Explosivo" (2010) e posteriormente adaptou-se a história original para uma personagem mulher.
Como em todos os filmes recheados de ação, protagonizados por uma mulher ágil e eficiente fisicamente, como "Lara Croft: Tomb Raider" (2001) e "Sr. e Sra. Smith" (2005), Angelina encarna mais uma personagem de forma intensa, trabalhando muito bem o olhar e os gestos sutis, em contraste com os golpes rápidos da personagem Emily Salt. (não posso negar que ela é carisrmática.)
O filme não possui nada de inovador em termos de ação cênica, explorando mais uma vez a narrativa clássica hollywoodiana, fazendo uso de heróis e vilões, como o desgastado papel dos vilões russos/soviéticos, e da heroína nacionalista, leal e silenciosa "americana", ainda que de origem soviética.
A sutileza e profundidade dos olhares da personagem Salt tornam-se aliados dos espectadores mais antenados ao enredo. Está tudo ali colocado e trabalhado na subjetividade dos grandes olhos claros de Jolie.
O olhar intenso e compenetrado, o suspiro milimetricamente retido ao ver o homem amado ser assassinado na sua frente, os gestos delicados e contidos, tudo isto serviu para compor uma personagem forte e misteriosa.
Arrisco em dizer, que a história é bem previsível. Mas ainda assim, um bom filme de entretenimento numa tarde preguiçosa, em que o espectador não está buscando nenhum tipo de reflexão.

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