quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os filmes de 2010 em 5 minutos

http://www.youtube.com/watch?v=K1SibpHD0Oc&feature=player_embedded

por Natália Albertoni

Neste dia 31, as horas correm, enquanto você prepara as lentilhas, separa as uvas, veste o branco lista em voz alta as resoluções para o ano novo e relembra o que viveu de melhor nesses últimos 365 dias. Kees van Dijkhuizen decidiu relembrar suas melhores lembranças cinematográficas de 2010 e dividir com o mundo.

Em 2009, sua retrospectiva fez sucesso online e somou quase 1 milhão de views no YouTube vídeo. Agora, ele quer mais. Dijkhuizen trabalhou cerca de 300 horas para fazer este vídeo de 5 minutos que você vê acima. Mas diz se não valeu à pena?!

Prepare-se para comemorar o ano novo em 10, 9, 8, 7...

por Natália Albertoni

Dentro de poucos dias, serpentinas e chuviscos brilhantes colorem os céus por todo o mundo. Estouros ritmados e suspiros melódicos dão o tom das festas que celebram a chegada de 2011. Seja pela magia dos fogos de artifícios brincalhões ou pelo clima que a data proporciona, a tradicional comemoração dos povos ocidentais já serviu de pano de fundo para grandes histórias nas telonas. Confira a seleção que a MOVIE criou para mostrar o despertar do ano sob diversas perspectivas.

A TRAPAÇA (FREDERICO FELLINI, 1955)

O reservado Augusto (Broderick Crawford) assiste rancoroso e insatisfeito uma cerimônia de réveillon, organizada por um arrogante golpista, depois de prometer ajudar financeiramente os estudos da filha. Ela nada sabe da parceria do pai com Picasso (Richard Basehart) e Roberto (Franco Fabrizi), trapaceiros que vivem de aplicar pequenos golpes em pessoas simples. O sexto filme de Fellini mescla drama e sátiras afinadas, além de discutir questões sócio-políticas da Itália no pós-guerra.

O DESTINO DO POSEIDON (RONALD NEAME, 1972)

Um transatlântico luxuoso batizado de Poseidon reúne famílias e casais para celebrar a chegada do Ano Novo quando uma gigantesca onda o vira de cabeça para baixo. O que era uma grande festa transforma-se no dramático pesadelo de um grupo de sobreviventes. Integrante do cinema catástrofe, bastante explorado nos anos 70, a tragédia fictícia ganhou Oscar de melhores efeitos visuais e canção (The Mornig After). Em 2006, Wolfgang Petersen fez uma refilmagem do longa com o dobro de efeitos gráficos.

HARRY & SALLY - FEITOS UM PARA O OUTRO (ROB REINER, 1989)

Sally (Meg Ryan) está num baile de gala de réveillon quando avista Harry (Billy Cristal) que caminha aflito em sua direção para dizer que a ama. Confetes chovem pelo salão enquanto convidados festejam a meia-noite e o casal continua a discutir sem chegar a um acordo. Até que Harry se declara de forma inesperada. Uma das comédias românticas mais copiadas do cinema mostra como o amor pode ser construído entre encontros e desencontros.

PARENTE É SERPENTE (MARIO MONICELLI, 1992)

Reunidos em uma sala de estar durante a celebração de Natal, os irmãos Colapietro decidem forjar um acidente fatal na noite de 31 de dezembro para acabar com um impasse. Seus pais pretendem sair do casarão onde moram para viver com um deles, mas ninguém se dispõe a abrigá-los. Entre cenas bizarras e muito humor negro, Monicelli costura forte crítica contra a tradicional instituição da família italiana.

ESTRANHOS PRAZERES (KATHRYN BIGELON, 1995)

Na última noite antes da virada do milênio, um ex-policial que trafica chips de memória nada convencionais corre perigo quando descobre estar em posse de uma peça que contém informações sobre uma trama de assassinatos emblemáticos. Enquanto a população aguarda eufórica a chegada do ano 2000, uma conspiração paranóica deve ser detida, mas a cada minuto que passa, o objetivo parece mais distante. Uma viagem pelo universo virtual que antecipa o temor do apocalipse informático que ganhou força no fim de 1999.

O ÚLTIMO RÉVEILLON (MARCO RISI, 1998)

Enquanto se arruma para a festa de Ano Novo, Giulia, interpretada por Monica Bellucci, descobre que o marido tem um caso com a melhor amiga. No mesmo condomínio, uma família acerta os últimos detalhes para um passeio, uma garota de programa prepara um assalto e uma mulher está prestes a se suicidar. Situações grotescas e tragicômicas conduzem as histórias paralelas que se cruzam à medida que a meia-noite se aproxima. Muitas vezes ofuscado pelo trabalho do pai, Dino Risi (1916-2008), Marco ganhou prêmios no Festival de Veneza em 1990 e 1991, entre outros.

O PRIMEIRO DIA (DANIELA THOMAS E WALTER SALLES, 1999)

João (Luiz Carlos Vasconcelos) foge do presídio no dia 31 de dezembro de 1999 para cometer um crime, enquanto, no mesmo instante, Maria (Fernanda Torres) vaga pelas ruas transtornada pelo abandono do marido. Contagem regressiva. Determinada a se matar, Maria sobe ao terraço do seu prédio, mesmo lugar que João encontra para se esconder de uma perseguição. Enquanto os fogos de artifício arrebentam e os gritos de “feliz ano novo” se espalham pela cidade, o encontro inesperado acontece.

ARMADILHA (JON AMIEL, 1999)

Catherine Zeta-Jones interpreta uma agente de seguros contratada para investigar o roubo de uma valiosa obra de arte, mas que acaba se envolvendo com Sean Connery, um charmoso ladrão. Os dois planejam um roubo milionário a ser executado na Malásia durante a virada do Milênio. O filme mostra sequências de ação elaboradas e Connery convincente em um de seus últimos papeis à la James Bond.

BABILÔNIA 2000 (EDUARDO COUTINHO, 2001)

Rio de Janeiro. Durante 12 horas, uma equipe de filmagem dirigida por Eduardo Coutinho acompanha os preparativos para a chegada do ano 2000 nas favelas Chapéu Mangueira e Babilônia, ambas no Morro da Babilônia. Situadas na orla de Copacabana, oferecem vista privilegiada aos personagens-moradores que todos os anos podem acompanhar ao vivo uma das mais conhecidas festas de réveillon do mundo.

O COBRADOR (PAUL LEDUC, 2006)

Na malha de histórias sobre a globalização da violência, um assaltante interpretado por Lázaro Ramos invade uma mansão durante a comemoração do réveillon. O assalto é um acerto de contas entre todos que não tiveram chance de vida digna e os que detém o poder. Baseado nos textos Passeio Noturno I e II e (1975) e O Cobrador (1979), de Rubem Fonseca, o longa do mexicano Paul Leduc é uma grande provocação.

Fonte: redacao@clubmovie.com.br

Coisinhas de 2010 - (off-cinema) - Adeus ano velho: confira as maiores bizarrices dos últimos 365 dias

Fonte: Kzuka

Eleições, Copa do Mundo e Youtube foram os responsáveis pelos piores fatos de 2010

Tá, chega de retrospectiva! Ninguém aguenta mais! Para afastar a chatice, tá na hora de rir um pouco. Elegemos algumas categorias bizarras, porque, cá entre nós, 2010 foi surreal, né?!. Tirem as crianças da sala e acompanhe...

Heroi do ano: Coronel Nascimento
Heroína do ano: Raquel, de Vale Tudo — viva o Canal Viva!
Vilão do ano: Bruno, ex-goleiro do Flamengo — #tenso
Vilã do ano: Valentina, a "velha porca" de Passione
%#@& falta de sacanagem do ano: Tiririca na Câmara dos Deputados
Moda mais "criticada" do ano: o colorido Restart
O que só 2010 pode proporcionar: mineiros do Chile sendo resgatados um a um
15 minutos de fama mais rápidos da história deste país: Larissa Riquelme
Gíria do ano: deu empate — Adoooro, Fica a dica, Aloucka
Pessoa mais bizarra do ano: Dado Dolabella
Piti do ano: Neymar
Loser do ano: Totó, de Passione
Look do ano: vestido de carne da Lady Gaga
Sem noção do ano: Vanusa, o retorno
Vexame do ano: Seleção na Copa
The Best of YouTube: deu empate — Aretuza e a auto-estima de Glaucia Zeferino

Tem outra categoria que merece ser lembrada (ou esquecida) e não está aí? Manda pra cá!!!

Chapolin estará nas telonas do cinema em 2011

Dirigido pelo próprio Roberto Gómez Bolaños, filme pode ser em 3D

Um dos personagens mais queridos da década de 90 irá voltar. O Chapolin Colorado estará nas telonas do cinema em 2011.

De acordo com a site Chavo del 8, o roteiro tem previsão para estar pronto no primeiro trimestre de 2011. O longa poderá ser gravado em 3D e terá Roberto Gómez Bolaños, que deu a vida ao personagem, como roteirista.




quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Filmes do mês - dezembro

São atualizados no decorrer do mês.

11L-“Beleza americana” de Sam Mendes 1999 (4)*
10T-“Ela é a poderosa” de Garry Marshall 2007 (2)
09C-“A rede social” de David Fincher 2010 (4)
08L-“Sonhos roubados” de Sandra Werneck 2009 (2)
07L-“Kick-ass – Quebrando tudo” de Matthew Vaughn 2010 (3)
06L-“Cartas para Julieta” de Gary Winick 2010 (2)
05T-“Antes só do que mal casado” de Bobby & Peter Farrelly 2007 (1)*
04T-“O quarto do pânico” de David Fincher 2002 (3)*
03T-“Todas contra John” de Betty Thomas 2006 (2)*
02T-“Carlota Joaquina, princesa do Brasil” de Carla Camurati 1994 (3)*
01T-“O silêncio do lago” de George Sluizer 1993 (3)*

*Filmes Revistos Organização: Ordem crescente - em números.

Nome do filme + diretor + ano.
Códigos: C (cinema), D (dvd acervo pessoal), L (locadora), T (tv).

Notas:
(0) dispensável
(1) ruim
(2) razoável
(3) bom
(4) muito bom
(5) excelente
(P) prazer culpado (tecnicamente ruim, mas adorei)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"A Origem" e Johnny Depp fazem sucesso com usuários do IMDB.com

BOB TOURTELLOTTE

A genialidade de Chris Nolan no filme que se passa dentro dos sonhos conquistou muitos fãs ao redor do mundo, que o elegeram o melhor filme do ano. O elenco de ''A Origem'' traz sete atores que já foram indicados ao Oscar

LOS ANGELES, EUA - "A Origem" realmente calou fundo na mente dos usuários do site IMDB.com, um banco de dados sobre cinema na internet. O site divulgou nesta segunda (20) sua lista anual dos 25 maiores filmes e 25 maiores astros de 2010, definidos pelas buscas realizadas por seus usuários, uma votação e rankings. "A Origem," thriller de ficção científica com Leonardo DiCaprio sobre um grupo de pessoas que penetram na mente de outras para investigar segredos corporativos, foi escolhido o melhor filme de 2010 pelos usuários.

Três desenhos animados estão entre os 5 melhores filmes, incluindo "Toy Story 3" (segunda posição), "Como Treinar o Seu Dragão" (quarto lugar) e "Enrolados" (quinto). "A Rede Social," um drama sobre a criação do Facebook, foi o número três.

O filme de ação para crianças "Kick-Ass - Quebrando Tudo," que não fez sucesso comercial a despeito das críticas positivas, foi o sexto colocado. Completam a lista "Ilha do Medo" (sétima posição), "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1" (oitavo), outro fracasso de bilheteria admirado pela crítica, "Scott Pilgrim Contra o Mundo" (nono) e "Atração Perigosa" (décimo).

O filme mais recente da série "Crepúsculo" não entrou para a lista dos 25 maiores filmes, mas dois de seus atores - Kristen Stewart e Robert Pattinson - foram os segundo e terceiro colocados na lista dos 25 maiores astros, respectivamente, atrás de Johnny Depp. Taylor Lautner, seu colega de elenco, foi apenas o 14o. Leonardo DiCaprio foi quarto colocado, e Brad Pitt, o quinto.
Apenas duas atrizes além de Stewart estão entre as Top 10: Megan Fox (nona posição) e Zoe Saldana (décima). A lista completa pode ser vista no site www.imdb.com.

Confira a lista completa dos 25 filmes e dos 25 astros mais populares:

FILMES

1. "A Origem"

2. "Toy Story 3"

3. "A Rede Social"

4. Como Treinar Seu Dragão"

5. "Enrolados"

6. "Kick-Ass"

7. "Ilha do Medo"

8. "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1"

9. "Scott Pilgrim Contra o Mundo"

10. "Atração Perigosa"

11. "Enterrado Vivo"

12. "Ip Man 2"

13. "Meu Malvado Favorito"

14. "O escritor Fantasma"

15. "Inverno da Alma"

16. "Minhas Mães e Meu Pai"

17. "Four Lions"

18. "Deixe Ela Entrar"

19. "Machete"20. "A Mentira"

21. "Incontrolável"

22. "Megamente"

23. "Homem de Ferro 2"

24. "Red - Aposentados e Perigosos"

25. "Unthinkable"

ASTROS E ESTRELAS

1. Johnny Depp

2. Kristen Stewart

3. Robert Pattinson

4. Leonardo DiCaprio

5. Brad Pitt

6. Robert Downey Jr.

7. Christian Bale

8. Gerard Butler

9. Megan Fox10. Zoe Saldana

11. Angelina Jolie

12. Tom Cruise

13. Ryan Reynolds

14.Taylor Lautner

15. Zoey Deschanel

16. Matt Damon

17. Nicolas Cage

18. Dakota Fanning

19. Bruce Willis

20. Natalie Portman

21. Rachel MacAdams

22. Mila Kunis

23. Sandra Bullock

24. Emma Stone

25. Scarlett Johansson

Exposição de Playmobil reproduz cenas de obras de arte

DA EFE

O Museu de Reproduções Artísticas da cidade espanhola de Bilbao acolhe a exposição "Berre-click artea", na qual centenas de clicks --as pequenas figuras de Playmobil-- protagonizam diferentes cenas de expressões artísticas.

Assim, os clicks reproduzem a fotografia "A Morte de um Miliciano", de Robert Camada, a imagem mais famosa da Guerra Civil; ou da cena "Almoço no Mais Alto do Arranha-céu", obtida por Charles Ebbet durante a construção do Rockefeller Center em Nova York. Já o mundo da música conta com uma representação da famosa fachada do disco "Abbey Road", dos Beatles.

Também há reproduções dos quadros de "A Última Ceia", "A Rendição de Breda", "As Meninas" e "Os Fuzilamentos do Três de Maio".

Filme "Deserto Azul" retrata vazio existencial em Brasília futurista

SILAS MARTÍ
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

É madrugada no Planalto Central. Uma equipe de filmagem aproveita o azul radiante do céu noturno para gravar as cenas de um filme que transforma Brasília num deserto estranho e futurista.

Os atores, fotógrafos e contrarregras, eletrizados pela cafeína, consultam versões do roteiro no iPad do diretor Eder Santos.

Na cena daquela noite, os atores Odilon Esteves e Ângelo Antônio contracenam nus, em camas lado a lado, amarrados a emaranhados de fios. Eles vivem o mesmo personagem --jovem e velho. Falam de dobras no espaço e no tempo que tornam possível a convivência etérea na Brasília pós-tudo.

O ator Odilon Esteves em cena de "Deserto Azul", filme do artista plástico e cineasta Eder Santos
"É um futuro reduzido de gente", afirma o artista plástico e cineasta Santos. "Brasília ainda dá essa visão um pouco vazia, que não é algo comum nas cidades de hoje."

No mês que passaram gravando na capital federal, o diretor e sua equipe ficaram no hotel Nacional, símbolo agora decadente da era de ouro que seguiu a inauguração de Brasília, há 50 anos.

Quase toda a filmagem se concentrou na caixa de vidro do lado de fora do Centro Cultural Banco do Brasil, espécie de QG da produção, onde armou-se um estúdio, com os figurinos e todos os cenários.

No trajeto de ida e volta, cruzavam o amplo horizonte do cerrado, o céu que roça o chão num contraste entre vermelho e azul profundos.

E mesmo numa cidade onde tudo é um marco, monumento pensado por Oscar Niemeyer e Lucio Costa, Santos saiu em busca de pontos, ângulos e becos anônimos.

FUTURO ÁRIDO
"Penso um pouco nessa coisa do futuro, nessa aridez", diz o diretor. "Isso está presente na arquitetura daqui, acho que é possível tornar Brasília anônima, o clima desértico, sem árvores."
Na trama algo confusa de "Deserto Azul", um garoto recebe estranho convite para uma festa. Lá, encontra uma mulher que passa a perseguir por ambientes que lembram Brasília --horizontes esgarçados, despovoados, com poucos carros e máquinas.

Seu desejo é transcender, como repete em monólogos extensos no filme. Não há indicação clara do que seja tal transcendência, mas isso se ilustra com a travessia de um deserto azulado e voltas pela cidade em táxis com telas de plasma no lugar das janelas.

"Vemos algumas paisagens, avenidas com prédios futuristas, cheios de letreiros luminosos", diz uma indicação no roteiro. "Ele observa a paisagem. Olha prédios passarem, reflexos coloridos."

São ecos de certo vazio existencial que Santos também enxerga no urbanismo ralo de Brasília, com vastos descampados e gente que não se entrosa, extensão coletiva dos traços meio ensimesmados do protagonista de seu filme, ainda sem data definida para estrear.

"Essa ideia só existe ali até hoje, essa coisa de colocar as pessoas na cidade de maneira diferente", diz Santos. "É outra escala, não sei se utópica, porque existe e funciona, mas é muito estranho, frio."

Essa frieza também aparece nas obras de artistas que Santos escalou para compor seus cenários.
Uma sauna de Adriana Varejão opõe certo minimalismo ortogonal à intimidade dos relatos. Carlito Carvalhosa empresta uma árvore flutuante ao quarto em que o jovem protagonista conversa com sua versão envelhecida.

Todos parecem sublinhar esse modernismo estranho que se quer futuro.
O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite da produção de "Deserto Azul"

Uma década no cinema do século 21: nada será como antes?

Parafraseando um antigo programa da BBC (que influenciou muita gente boa), esta foi a década que foi. Não exatamente um momento de felicidade no planeta Terra _ por que seria no cinema?
E no entanto coisas interessantíssimas aconteceram. Entre elas:

A grande crise. A década começou com o mercado de consumo de ingressos de cinema em festa, com 1 bilhão e 58 milhões de bilhetes vendidos apenas nos EUA e Canadá. Descontado o pique de 2009 –quando Avatar, sozinho, representou um aumento de 15% de vendas – o tombo foi gradual e grande, pior a partir da recessão de 2008, quando a crise no mercado imobiliário norte-americano virou uma bola de neve de repercussões internacionais. Nos últimos três anos da década os grandes estúdios que fazem parte da Motion Picture Association of America produziram menos 12% em número total de títulos por ano – de 920 em 2005 para 677 em 2009.

Mas esse impacto foi maior e mais profundo que apenas um encolhimento: as fontes de financiamento da produção secaram, diminuindo radicalmente as opções para projetos independentes e co-produções internacionais. Em pânico com a retração do consumo, os estúdios produziram não apenas menos, mas mais do mesmo: a partir de 2008 só ganhou luz verde quem podia garantir casa mais ou menos cheia ou, idealmente, bandos de adolescente dispostos a passar o fim de semana inteiro no shopping.

O novo 3D _ Desde meados do século passado a ilusão de profundidade é uma espécie de santo graal do entretenimento audiovisual. Nesta década, o salto quântico da captação e da exibição digital de imagens trouxe de volta a possibilidade da tão sonhada “experiência imersiva”,o abraço total da narrativa. Não é de espantar que o mais dedicado discípulo do novo 3D- James Cameron – tenha sido o responsável pelo mais monstruoso sucesso do formato – Avatar. Com isso, duas coisas ficaram claras: 1. Era possível atrair o público de volta para as salas de cinema e 2. A qualidade do 3D e, sobretudo, o bom uso da tecnologia a serviço de uma história à altura eram essenciais. Em resumo: o 3D não foi a panaceia que muita gente esperava, mas entrou para o arsenal de recursos disponíveis para realizadores curiosos.

O audiovisual pessoal. Enquanto os grandes distribuidores pensavam exclusivamente em levar pessoas para salas de cinema, fabricantes de hardware, software e realizadores imprensados pela falta de opções descobriam que era hora de levar o conteúdo ao consumidor _ onde quer que ela ou ele estivessem. O grande boom da década, mais importante que a corrida a Pandora, foi a multiplicação de plataformas para o que antes se chamava “filme” e que, hoje, é uma série de códigos acessíveis em casa, na rua, no celular, no computador. Nos EUA e Canadá, hoje, é possível ver qualquer filme ou série de TV, legalmente, por muito pouco , sem sair de casa. Isso inclui o cinema do mundo todo, curtas, repertório, seleções de festivais, títulos independentes. Como modelo de negócios, ainda não é o bastante para resolver o impasse da crise financeira. Mas promete.

A maturidade da TV. Sem trabalho no cinemão, com projetos pessoais frustrados e exaustos de tanto correr atrás de um público que preferia ficar em casa, uma parte substancial do talento criativo mudou-se para uma forma de expressão que tem distribuição garantida –a TV. Alguns dos melhores momentos da narrativa audiovisual da década vieram do que mal pode se chamar “telinha” (quando existem à venda televisores de 60 polegadas, alta definição, 3D): da saga mitológica de Lost à investigação existencial de Mad Men; a reivenção do noir, do thriller , do musical, do terror _ e de Sherlock Holmes. O Carlos de Olivier Assayas e os documentários da HBO. O Traffik não-ficção da BBC que ganhou o Oscar com a assinatura de Steve Soderbergh. E, em 2009, três dos melhores filmes da década, disponíveis apenas na TV: a Red Riding Trilogy (foto) do Channel 4 britânico.

O triunfo da animação . Nos primeiros 10 anos do século 21, apenas uma companhia pode dizer que cada um de seus lançamentos foi um sucesso _ a Pixar. De Monstros SA em 2001 a Toy Story 3 em 2010 cada nova produção estabeleceu um novo nível de excelência técnica, um novo marco em popularidade além das convencionais divisões do mercado por idade. A comprovação desse domínio veio com a corrida dos demais estúdios para voltar à animação _ e da Disney para atualizar sua produção in house, culminando com a colocação de John Lasseter, fundador da Pixar, como presidente de animação do estúdio. Sem sindicatos, exigências, escândalos e papparazzi, os atores virtuais colocaram o controle da narrativa nas mãos dos roteiristas e diretores _ e este foi o grande trunfo da Pixar.

A globalização. A vitória de Quem Quer Ser Um Milionário (foto) nos prêmios de 2008 confirmou o que a indústria já sabia _ que talento, histórias e recursos financeiros não tinham visto nem passaporte. É uma tendencia cíclica _ nos anos 1950-60, imprensados com a diminuição da produção nativa, distribuidores e exibidores norte-americanos encheram os cinemas com filmes da fértil filmografia europeia e asiática, na medida para os gostos de uma nova geração. Agora, a crise econômica trouxe investidores coreanos e indianos para a DreamWorks, fechou acordos entre Hollywood e Bollywood e abriu as portas a diretores como Guillermo del Toro, Christopher Nolan, Alejandro Amenabar, Ang Lee, Carlos Saldanha, Peter Jackson, Florian Henckel von Donnesmarck, Neil Blomkamp. E levou a febre do remake ao grau de epidemia.

Brasília vira metrópole anônima em longa de ficção; ouça comentário

DE SÃO PAULO

O longa de ficção científica "Deserto Azul", do videoartista Eder Santos, mostra Brasília transformada numa metrópole anônima e futurista.

A maior parte da filmagem concentra-se numa caixa de vidro do lado de fora do Centro Cultural Banco do Brasil da cidade.

Segundo o repórter da Ilustrada Silas Martí, "mesmo com os traços marcantes de Niemeyer, a capital federal deve virar, no filme, uma espécie de despovoado hi-tech à beira de um horizonte radiante".

No áudio abaixo, o jornalista também destaca as obras de Tamar Guimarães e Louidgi Beltrame. Ambos exploram a Casa das Canoas, uma residência projetada em 1951 por Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro.

Ator francês Bernard-Pierre Donnadieu morre aos 61 anos

DA EFE, EM PARIS

O ator francês Bernard-Pierre Donnadieu, que há anos batalhava contra um câncer, morreu em Versailles, nos arredores de Paris, aos 61 anos, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
Donnadieu, que fez sua última aparição cinematográfica em 2009 em "Paris 36", do diretor Christophe Barratier, trabalhou ao longo de sua extensa carreira com diretores como Roman Polanski, Claude Lelouch e Jean-Jacques Annaud, entre outros.

Sua consagração aconteceu em 1981, quando trabalhou junto com Jean-Paul Belmondo em "O Professional", de Georges Lautner, onde interpretou o inspetor Farges.

Entre seus reconhecimentos se destacam o prêmio de melhor ator do Festival de Madri, em 1989, por seu trabalho em "O Silêncio do Lago", de George Sluizer.

Site lista filmes de 2010 que serão fáceis de esquecer no futuro

Fim de ano é tempo de retrospectivas dos filmes mais memoráveis do ano, mas o site norte-americano Cinema Blend resolveu listar também os filmes de 2010 mais fáceis de esquecer, ou melhor, os que provavelmente não serão lembrados em 2020. A seleção inclui tramas com estrelas do primeiro time de Hollywood como Mel Gibson (em foto acima, de “O Fim da Escuridão”) Matt Damon, Harrison Ford, Jude Law e Ashton Kutcher.

Para definir o tema inusitado, o site explica que não se trata de escolher piores nem melhores, mas de apontar filmes que não se destacaram e, por isto, têm boas chances de serem esquecidos (não foram inclusas sequências como, por exemplo, “Nanny McPhee 2″). Os critérios e as apostas são vagas, mas a lista vale como diversão e para questionar (e discordar). Segue a lista com justificativa resumida das escolhas:

“Zona Verde” – Apesar de bem cotado pela crítica, não se sobressaiui entre outros filmes de ação e outros filmes sobre a Guerra do Iraque- “Repo Men” – Apesar do elenco estelar, não há um bom motivo para ver este filme fraco de ficção científica-

“O Livro de Eli”- Fácil de esquecer assim que Denzel aparece em outra história, como “Incontrolável”-

“Par Perfeito” – Sobra obviedade nesta comédia romântica com Ashton Kutcher e Katherine Heigl-

“O Lobisomem” – Apesar das qualidades de Benicio Del Toro como ator, seu personagem não foi marcante-

“Dupla Implacável” – Faltou originalidade para o filme de ação com John Travolta-

“Deu a Louca nos Bichos” – Filme com Brandon Fraser tem fracas escolhas, como a de aproveitar pouco o elenco- “Tiras em Apuros” – O diretor Kevin Smith não será lembrado por este filme descrito como óbvio- “Decisões Extremas” – O filme traz uma boa mensagem sobre corporações e luta individual, mas há filmes sobre este mesmo tema que são mais que “filmes com boas mensagens”-

“O Fim da Escuridão” - Ter um astro como Mel Gibson como protagonista não mudou o fato de que não há grandes motivos para ver este filme

por Redação às 13:05

Notícias rapidinhas - XII


1. Chapolin estará nas telonas do cinema em 2011. Dirigido pelo próprio Roberto Gómez Bolaños, filme pode ser em 3D.

2. Em 2009, um usário do youtube chamado Dijkhuizen editou uma retrospectiva de filmes em 5minutos. Com o sucesso que somou quase 1 milhão de visuzalições, agora ele apresenta a versão 2010.Confira no link: http://www.youtube.com/watch?v=K1SibpHD0Oc&feature=player_embedded

3. Site lista filmes de 2010 que serão fáceis de esquecer no futuro. Entre eles: "O livro de Eli", " O Lobisomen" e "No fim da escuridão" com Mel Gibson.

4. "Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família" ficou em primeiro lugar no ranking do fim de semana do Natal na América do Norte, mas arrecadou consideravelmente menos do que seu predecessor.

5. Uma gravação do filme "The Impossible" foi interrompida na Tailândia após um dublê ameaçar de morte o ator Ewan McGregor, 39.

6. Morreu aos 61 anos, o ator francês Bernard-Pierre Donnadieu, que há anos batalhava contra um câncer. O ator fez sua última aparição cinematográfica em 2009 em "Paris 36", do diretor Christophe Barratier, e trabalhou ao longo de sua extensa carreira com diretores como Roman Polanski, Claude Lelouch e Jean-Jacques Annaud, entre outros.

7. Restaurado, o clássico "O Encouraçado Potemkin", de 1925, voltará aos cinemas americanos a partir de 14 de Janeiro, exibido em cópias 35mm. A obra prima do diretor Sergei Eisenstein passou por longo processo de restauração feito sob os cuidados da Kino, empresa especializada no assunto responsável pela “versão limpa” de outro clássico dos cinemas: Metrópolis, de Fritz Lang.

8. Papai Noel ganha versão macabra. O filme "Rare Exports: A Christmas Tale", assinado pelo diretor finlandês Jalmari Helander, traz uma versão diferente para a figura tradicionalmente simpática. Imagine se ao invés de recompensar os que se comportam bem, Papai Noel apenas castigasse os que se comportassem mal?

9. O mercado cinematográfico no Brasil termina o ano levantando taças e brindando o êxito marcado por bons números e alguns recordes. São três filmes nacionais entre as maiores bilheterias de 2010, que juntos a outras 68 produções brazucas conseguiram abocanhar 19,1% do faturamento com bilheterias no país no ano. O circuito exibidor brasileiro cresceu e chegou a 2,5 mil salas. Para se ter uma ideia, em 1997 tínhamos pouco mais de mil telas no país.

10. Lançamentos do Mês de Janeiro: Além da vida [EUA, 2011], de Clint Eastwood. Gênero: suspense; Enrolados [EUA, 2010], de Nathan Greno e Byron Howard. Gênero: animação. Entrando numa fria maior ainda com família [ EUA, 2010], de Paul Weitz. Gênero: comédia. Feliz que minha mãe esteja viva [França, 2009], de Claude Miller e Nathan Miller. Gênero: drama; As viagens de Gulliver [EUA, 2010], de Rob Letterman.Gênero: comédia; A casa muda [Uruguai, 2010], de Gustavo Hernandez. Gênero: horror; Desenrola [Brasil, 2010], de Rosane Svartman. Gênero: comédia. Jogo de poder [EUA, 2010], de Doug Liman. Gênero: drama; Heartbreaker [França, 2010], de Pascal Chaumeil. Gênero: comédia romântica; Black Swan [EUA, 2010], de Darren Aronofsky. Gênero: drama; Bravura indômita [True Grit, EUA, 2010], de Ethan Coen e Joel Coen. Gênero: faroeste. Brasil animado 3D [Brasil, 2011], de Mariana Caltabiano. Gênero: animação; Burlesque [EUA, 2010], de Steve Antin. Gênero: Musical; Little Murder [EUA, 2010], de Predrag Antonijevic. Gênero: suspense; Assalto ao banco central [Brasil, 2010], de Marcos Paulo. Gênero: ação. Biutiful [Espanha/México, 2010], de Alejandro González Iñárritu. Gênero: Drama; Um lugar qualquer [ EUA, 2010], de Sofia Coppola. Gênero: drama. Turnê [França, 2010], de Mathieu; Família vende tudo [Brasil, 2009], de Alain Fresnot. Gênero: comédia.

Papai Noel ganha versão macabra

Da Redação

O Natal chegou! Você ganhou aquele presente que tanto sonhava? Ficou decepcionado com o “bom velhinho” por ele não ter passado na sua casa? Depois de assistir ao trailer de Rare Exports: A Christmas Tale você vai pensar duas vezes antes de lamentar a ausência de Papai Noel.
O longa, assinado pelo diretor finlandês Jalmari Helander, traz uma versão diferente para a figura tradicionalmente simpática. Imagine se ao invés de recompensar os que se comportam bem, Papai Noel apenas castigasse os que se comportassem mal?Partindo da ideia, Helander criou uma fábula sombria que se passa em sua terra natal, a Finlândia. Durante escavações no Monte Korvatunturi, algo estranho é descoberto e uma série de eventos começa a tumultuar a região.Ficou curioso? Então clique no player abaixo e assista a essa mistura de fábula infantil e filme de terror.

O Encouraçado Potemkin volta aos cinemas

Da Redação
Restaurado, o clássico O Encouraçado Potemkin, de 1925, voltará aos cinemas americanos a partir de 14 de Janeiro, exibido em cópias 35mm.A obra prima do diretor Sergei Eisenstein passou por longo processo de restauração feito sob os cuidados da Kino, empresa especializada no assunto responsável pela “versão limpa” de outro clássico dos cinemas: Metrópolis, de Fritz Lang.Infelizmente não existe previsão do longa ser exibido no Brasil, mas é certo que o filme será lançado em blu-ray. Especula-se que uma cópia do longa possa vir para o Brasil ainda este ano. Lembrando que a Mostra Internacional de São Paulo conseguiu exibir Metrópolis para o público paulista em 2010, em uma exibição histórica, ao ar livre, no Parque do Ibirapuera.

Festival de Toronto escolhe seus 100 filmes essenciais

Da Redação

O Festival de Toronto, um dos mais prestigiados eventos do cinema mundial, decidiu divulgar uma lista com seus 100 filmes essenciais para todos interessados na sétima arte. A relação está sendo elogiada por não se concentrar em produções estadunidenses e ter filmes de todas as épocas.Segundo o site, a lista foi "uma tentativa de achar novo sentido na tradicional prática de fazer listas sobre filmes". Eles utilizaram tanto pesquisas com espectadores quanto listas de críticos. O Brasil foi representado entre os 100 por Cidade de Deus, de Fernando Meirelles.
É um prato cheio para qualquer cinéfilo que vá ter tempo livre neste fim de ano para aumentar sua filmografia. Confira a seguir a lista na íntegra:
1. A Paixão de Joana D'Arc (Carl Theodor Dreyer)
2. Cidadão Kane (Orson Welles)
3. A Aventura (Michelangelo Antonioni)
4. O Poderoso Chefão (Francis Ford Coppola)
5. O Batedor de Carteiras (Robert Bresson)
6. Os Sete Samurais (Akira Kurosawa)
7. Canção da Estrada (Satyajit Ray)
8. Casablanca (Michael Curtiz)
9. Um homem com uma câmera (Dziga Vertov)
10. Ladrões de Bicicleta (Vittorio de Sica)
11. Ali: Fear Eats The Soul (Rainer Werner Fassbinder)
12. 8 ½ (Federico Fellini)
13. O Encouraçado Potemkin (Sergei Eisenstein)
14. Rashomon (Akira Kurosawa)15. Tokyo Story (Yasujiro Ozu)
16. Os Incompreendidos (François Truffaut)
17. Contos da Lua Vaga (Kenji Mizoguchi)
18. Acossado (Jean-Luc Godard)19. O Atalante (Jean Vigo)
20. Cinema Paradiso (Giuseppe Tornatore)
21. A Grande Ilusão (Jean Renoir)
22. Lawrence da Arábia (David Lean)
23. Persona (Ingmar Bergman)
24. ... E o vento levou (Victor Fleming)
25. Aurora (F. W. Murnau)
26. 2001: Uma Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick)
27. Viagem pela Itália (Roberto Rossellini)
28. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Jean-Pierre Jeunet)
29. Luzes da Cidade (Charlie Chaplin)
31. Sherlock Jr. (Buster Keaton)
32. A Regra do Jogo (Jean Renoir)
33. O Leopardo (Luchino Visconti)
34. A Doce Vida (Federico Fellini)
35. A Chegada do Trem na Estação (Auguste e Louis Lumière)
36. O Mágico de Oz (Victor Fleming)37. La Jetée (Chris Marker)
38. Um Corpo que Cai (Alfred Hitchcock)
39. Noite e Neblina (Alain Resnais)
40. Pulp Fiction - Tempo de Violência (Quentin Tarantino)
41. Rastros de Ódio (John Ford)
43. O Conformista (Bernardo Bertolucci)
44. Cidade de Deus (Fernando Meirelles)45. Taxi Driver (Martin Scorsese)
46. Apocalypse Now (Francis Ford Coppola)
47. Saló - Os 120 Dias de Sodoma (Pier Paolo Pasolini)
48. O Sétimo Selo (Ingmar Bergman)
49. Viagem à Lua (Georges Méliès)
50. Metrópolis (Fritz Lang)
51. A Batalha de Argel (Gillo Pontecorvo)
52. Amor à Flor da Pele (Wong Kar Wai)
53. Viridiana (Luis Buñuel)
54. A Vida é Bela (Roberto Benigni)
55. The Sorrow and the Pity (Marcel Ophüls)
56. O Labirinto do Fauno (Guillermo del Toro)
57. Madame De... (Max Ophüls)
59. Através das Oliveiras (Abbas Kiarostami)
60. O Boulevard do Crime (Marcel Carné)
61. Levada da Breca (Howard Hawks)
62. Cantando na Chuva (Stanley Donen)
63. Johnny Guitar (Nicholas Ray)
64. Laranja Mecânica (Stanley Kubrick)
65. Memórias do Subdesenvolvimento (Tomás Gutiérrez Alea)
67. Scorpio Rising (Kenneth Anger)
68. Psicose (Alfred Hitchcock)
69. Dust in the Wind (Hou Hsiao-Hsien)
70. A Lista de Schindler (Steven Spielberg)
71. Nashville (Robert Altman)
72. O Tigre e o Dragão (Ang Lee)
73. Wavelength (Michael Snow)
74. Jules e Jim, Uma Mulher para Dois (François Truffaut)
75. Crônica de um Verão (Edgar Morin e Jean Rouch)
76. A Vida dos Outros (Florian Henckel von Donnersmarck)
77. Greed (Eric von Stroheim)
78. Quanto Mais Quente Melhor (Billy Wilder)
79. Tubarão (Steven Spielberg)
81. Nascimento de uma Nação (D. W. Griffith)
82. Amores Expressos (Wong Kar Wai)
83. La Noire De... (Ousmane Sembene)
84. Touro Indomável (Martin Scorsese)
85. Relíquia Macabra (John Huston)
86. Chinatown (Roman Polanski)
87. Andrei Rublev (Andrei Tarkovsky)
88. Asas do Desejo (Wim Wenders)
89. Videodrome - A Síndrome do Vídeo (David Cronenberg)
90. Palavras ao Vento (Douglas Sirk)
91. O Terceiro Homem (Carol Reed)
92. Veludo Azul (David Lynch)
93. Três Homens em Conflito (Sergio Leone)
94. Ondas do Destino (Lars von Trier)
95. À Nos Amours (Maurice Pialat)
96. Cléo de 5 à 7 (Agnès Varda)
97. Tudo Sobre Minha Mãe (Pedro Almodóvar)
98. Terra (Aleksandr Dovzhenko)
99. Oldboy (Chan Wook Park)
100. Tempo de Diversão (Jacques Tati)

Número de salas no Brasil chega a 2,5 mil

por Roberto Guerra

O mercado cinematográfico no Brasil termina o ano levantando taças e brindando o êxito marcado por bons números e alguns recordes. São três filmes nacionais entre as maiores bilheterias de 2010, que juntos a outras 68 produções brazucas conseguiram abocanhar 19,1% do faturamento com bilheterias no país no ano. Por último, Tropa de Elite 2 ultrapassou a marca de 11 milhões de espectadores, tornando-se o campeão absoluto de público no país.Esta semana,chega outra boa notícia: o circuito exibidor brasileiro cresceu e chegou a 2,5 mil salas. Para se ter uma ideia, em 1997 tínhamos pouco mais de mil telas no país. Não, não se trata de um recorde. Em 1975, eram 3,5 mil. Mas os números atestam uma reviravolta e tanto. Basta lembrarmos do cenário nos anos 90: salas fechando e dando lugar a templos evangélicos. As grandes responsáveis pela guinada foram as chamadas salas multiplexes. Durante décadas se ouviu que tínhamos péssima infraestrutura em nossos cinemas. Era verdade. Aquele papo de que o mercado nacional era prejudicado porque as salas não eram confortáveis, tinham som ruim, sem qualquer acústica – críticas completamente ignoradas pelos exibidores nacionais – se mostrou fato. Esses mesmos exibidores acabaram falindo ou tendo de se adaptar às pressas quando a americana Cinemark impôs um novo padrão de qualidade no país. Estava aberto o caminho para o crescimento. Apesar dos números positivos, ainda estamos distante (muito, diga-se) do ideal. Apenas 9% dos municípios brasileiros têm salas de cinema. A distribuição dessas salas de projeção também é desigual: a maioria está concentrada na Região Sudeste, segundo dados divulgados pelo Ministério da Cultura. Entre os Estados, o Rio de Janeiro lidera o ranking com o maior percentual de municípios com salas de cinema, com 41,3%, seguido de São Paulo, com 22,3%. Em termos absolutos, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentram o maior número de cinemas no país.Em suma, muita coisa precisa ser feita ainda para deixarmos de ser o país dos sem-tela. Mas é impossível não se entusiasmar com os bons números de 2010.

OS 10 MAIS: Veja os filmes que mais arrecadaram em 2010

por Amanda Carvalho
Os números alcançados pelas bilheterias dos filmes lançados em 2010 foram dignos de uma listagem. Este foi um anos de recordes, com direito a animação, ação, romance, remakes e, claro, com a ajudinha do 3D, herança de Avatar, de James Cameron. Destes 10 longas, seis foram convertidos para a nova tecnologia que enche os bolsos dos executivos hollywoodianos. Conheça os filmes que mais arrecadaram no mundo em 2010:
10º) Dragões podem conviver muito bem com vikings. Esta é a conclusão a qual chega o jovem Soluço, de Como Treinar o Seu Dragão. Mas, antes de entender isso, o filho do maior viking se atrapalha e arruma confusões. Com esta história, a produção da DreamWorks faturou US$ 493,20 milhões.
9º) Apesar de ter sido muito criticado pela imprensa especializada – parte dos comentários negativos foram por causa do mau uso do 3D –, Fúria de Titãs faz parte da lista dos filmes que mais renderam em 2010: US$ 493,21 milhões .
8º) A primeira animação da Illumination Entertainment, braço da Universal Pictures, já teve resultado positivo. Meu Malvado Favorito conseguiu US$ 538 milhões e, com isso, aqueceu os ânimos e planos da empresa para futuros investimentos.
7º) Tony Starks voltou ambicioso depois da revelação sobre seu alter ego. Homem de Ferro 2, protagonizado por Robert Downey Jr., arrecadou US$ 621 milhões. O sucesso até levantou hipóteses de mais uma sequência, mas Jon Favreau já anunciou que está fora.
6º) Vampiros, lobos, luta e uma história de amor. Esses são os ingredientes de A Saga Crepúsculo: Eclipse, filme que fez a alegria dos Twilighters de plantão e conquistou US$ 693 milhões nas bilheterias.
5º) Ogros também fazem sucesso, e a prova disso é a franquia Shrek. A terceira sequência, entitulada Shrek Para Sempre, arrecadou US$ 737 milhões ao mostrar a angústia de Shrek em reaver seus dias de glória como um monstro assustador e o medo de perder sua família.
4º) A Origem despertou o interesse de críticos e dos espectadores. Não foi à toa que o longa dirigido por Christopher Nolan fez US$ 825 milhões. A arquitetura e a proposta de ideias que são extraídas ou inseridas por meio dos sonhos são o carro-chefe do roteiro deste filme, o quarto com maior bilheteria de 2010.
3º) O penúltimo capítulo da saga de bruxinho Harry Potter estreou em novembro e, ainda assim, garantiu seu lugar entre os filmes mais rentáveis do ano. Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte I faturou US$ 826 milhões.
2º) As expectativas eram imensas para Tim Burton dar o seu toque de excentricidade a Alice no País das Maravilhas. Com Johnny Depp no papel de Chapeleiro Maluco e qualidades visuais bem bacanas – além do 3D, claro –, o segundo filme de maior bilheteria arrecadou US$ 1,02 bilhão.
1º) Toy Story 3 foi o grande lançamento do ano. A animação da Disney/ Pixar divertiu crianças e emocionou os mais crescidinhos que deixaram seus brinquedos de lado. Resultado: US$ 1,06 bilhão e o título de animação mais rentável.

OS 10 MAIS: Polêmicas e fofocas que deram o que falar em 2010

por Christian Costa

Fazer cinema é mergulhar num mundo de sonho e fantasia. Mas fora de um set de filmagem astros e estrelas levam uma vida normal, ou nem tanto assim. O fato é que o público adora saber suas preferências, suas excentricidades, suas fragilidades. E este ano eles capricharam. Traídos, flagrados, agredidos, presos... e até bêbados durante entrevistas. É, os astros da telona definitivamente não economizaram na polêmica em 2010.Confira a seguir a lista com os 10 maiores escândalos de 2010 em Hollywood:
10) Divórcio, uso de drogas e violência doméstica: Um ano conturbado para Charlie Sheen
O ator Charlie Sheen (Foodfight!), filho de Martin Sheen (Ameaça Terrorista) e irmão de Emilio Estevez (Bobby), não podia estar fora da lista. Após ser preso em pleno Natal do ano passado por ter agredido sua esposa Brooke Mueller, Sheen teve que ir em fevereiro à corte para se defender de várias acusações. Condenado a 30 dias num centro de reabilitação, 30 dias em condicional e 36 horas de terapia, ele teve que largar o seriado Two and a Half Men por meses até ser declarado sóbrio (pelo menos, por enquanto). Curiosamente, a polêmica só fez a audiência do seriado aumentar. Cansado da mesmice, em outubro ele foi novamente detido após quebrar um quarto de hotel, bêbado e drogado. De quebra, uma mulher foi achada trancada no banheiro.
09) Steven Seagal é processado por assédio sexual
Os brasileiros puderam conferir o talento dramático de Steven Seagal em dois filmes este ano: Machete e Vingança Implacável. E ele é mau, não? Pelo menos é o que acha a jovem de 23 anos Kayden Nguyen, que o acusou de inúmeros delitos após trabalhar como assistente do astro. Vamos à lista: abuso sexual, exploração comercial de mulheres, negligência de prestação de ajuda, retaliação, abuso de poder, entre outros. Ela exigiu US$ 1 milhão como indenização pelos danos causados. O representante de Seagal considerou as afirmações "absurdas e ridículas", além de dizer que a razão para a demissão de Kayden foi o uso de substâncias ilegais em serviço. De qualquer jeito, todas as filmagens em que Seagal estava envolvido pararam temporariamente.
08) Sandra Bullock traída por Jesse James (com várias mulheres)
Poucas semanas após ganhar o Oscar de Melhor Atriz, Sandra Bullock (A Proposta) teve que amargar as declarações de várias mulheres dizendo que tiveram um caso com Jesse G. James, seu marido na época. Arrasada, a atriz cancelou suas viagens de promoção do filme Um Sonho Possível na Europa em função da descoberta. Jesse chegou a publicar um pedido de desculpas público, dizendo que "a maioria" das alegações eram falsas e que esse não era assunto a ser discutido publicamente, embora ele admitisse que o único culpado por aquela situação era ele mesmo. Além do divórcio vexatório, Sandra ainda teve que amargar uma Framboesa de Ouro, ao se tornar a primeira pessoa a conseguir um Oscar e uma Framboesa no mesmo ano.
07) Angelina aparece em fotos nua, drogada e sendo apalpada
Embora tenha competido com celebridades quentes como o Casal Crepúsculo, Angelina Jolie (Salt) sempre é notícia - e, muitas vezes, em imagens. E este ano não foi diferente. Principalmente pelas suas oito fotos que foram reveladas em que aparece seminua durante um suposto momento de consumo de drogas. Na época, a Star Magazine publicou as fotos dizendo que elas seriam as responsáveis pelo fim do relacionamento com Brad Pitt (Megamente). Mas, como se viu meses depois, a relação deles continua inabalada - diga-se de passagem, pelo apertão que ele deu na bunda dela em uma pré-estreia de O Turista, tudo indica que tudo está mais do que bem.
06) Mel Gibson agride esposa e ainda faz declaração racista
Nos últimos anos, Mel Gibson (Apocalypto) tem feito de menos e aparecido demais. Mas este ano ele se superou. O que deveria ser uma preparação para seu retorno à atuação, com The Beaver, acabou se transformando em inferno astral para o ator. Em julho, ele disse para sua namorada, a musicista Oksana Grigorieva, que se ela fosse "estuprada por um monte de negros" ia ser culpa dela. Na mesma época, Gibson foi impedido de chegar perto tanto dela como de sua filha por acusações de violência doméstica.
05) Stallone fala dos macacos que ganhou no Brasil
Durante a edição 2010 da Comic Con (convenção de quadrinhos norte-americana), o ator Sylvester Stallone (Rambo IV) comentou sobre as filmagens de Os Mercenários no Brasil. Ao responder o porquê de rodar o filme por aqui, ele soltou: "Lá você pode atirar nas pessoas, explodir coisas e eles dizem "Obrigado! E aqui vai um macaco para levar para a sua casa. Não poderíamos ter feito o que fizemos (em outro lugar)." Como quem fala o que quer ouve o que não quer, o astro foi execrado em seguida, principalmente pelo Twitter. Sly teve que fazer uma retratação pública pouco tempo depois da infeliz declaração.
04) Wesley Snipes é preso por desafiar o Leão
Nos EUA, tentar ludibriar a Receita Federal dá cadeia. E o ator Wesley Snipes (Atraídos pelo Crime) está preso desde o dia 9 de dezembro por sonegação do imposto de renda. Desde 2008 ele responde a processo pelo crime. Dias antes de se entregar, ele esteve no programa de entrevistas de Larry King para falar sobre sua prisão iminente e disse: "Dado o tempo que eu vou estar longe da minha família, do meu trabalho (...), acho que qualquer um ficaria nervoso."
03) Lindsay Lohan presa e xingando juiz
2010 prometia ser um ano melhor para Lindsay Lohan. Ela atuou no já cult Machete e iria interpretar Linda Lovelace (Garganta Profunda), atriz pornô, em um filme biográfico. No entanto, não foi isso que marcou seu ano, definitivamente. Mais uma vez, ela teve que ir para a reabilitação resolver seus problemas com vício em entorpecentes - como é frequente desde 2007. Durante o processo de desintoxicação, chegou a faltar em uma consulta para analisar seu progresso, sendo convocada por um juiz para decidir se isso violava sua condicional. Após a confirmação, Lohan foi condenada a um mês e meio na prisão, mas só cumpriu 14 dias da pena, que foi abrandada. Assim como Charlie Sheen, ela é forte candidata a aparecer neste ranking ano que vem.
02) Casal Crepúsculo grava cenas de sexo no Brasil e motiva incêndio
A vinda da equipe de filmagens de A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1 para o Rio de Janeiro foi memorável. O casal formado por Robert Pattinson (Lembranças) e Kristen Stewart (The Runaways - Garotas do Rock) foi vigiado de perto pelos paparazzis enquanto esteve por aqui. A vinda não rendeu apenas flagras das gravações de cenas de sexo para o filme. Rendeu também um incêndio causado pelos moradores da região usada de locações para as primeiras cenas da lua de mel do casal. A razão? Esqueceram de falar para os moradores que só poderiam entrar em suas casas se tivessem comprovante de residência em mãos.
01) Harrison Ford dá entrevista bêbado
Mas a maior mancada do ano provavelmente foi a do ator Harrison Ford (Decisões Extremas), bem alterado ao conceder entrevista para Conan O'Brien. Durante o bate-papo, Harrison aparenta estar em outro mundo, massageando o sofá em que está sentado e olhando para o nada. Isso quando não dá mancadas típicas de bêbado ao falar, suprimindo palavras e falando outras de forma lenta demais. Ford chega até a admitir durante a entrevista que nem se lembra de uma ocasião em que os dois teriam se visto, para o espanto do apresentador. Para evitar que Harrison tenha mais destas perdas de memória, Conan se aproxima dele com uma cara de riso e diz: "Você nunca mais vai esquecer esse rosto."

Pela primeira vez em 15 anos, distribuidora brasileira lidera mercado cinema

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Apesar de comemorados, os sucessos do cinema brasileiro da chamada era da retomada, iniciada com a Lei do Audiovisual, deixavam um travo de incômodo em parte do mercado. É que todos eram fruto de uma vitória comercial, sob certo aspecto, mais estrangeira do que nacional. Explique-se.

Um artigo que permite que distribuidoras estrangeiras apliquem, em filmes brasileiros, parte de imposto que deveriam pagar ao remeter o lucro para a matriz, fez com que quase todas se associassem a produtores locais.

Foi a Fox que lançou "Se Eu Fosse Você 2", foi a Sony que coproduziu e distribuiu "Carandiru" e "Dois Filhos de Francisco", foi a Warner que colocou nas salas de cinema os sucessos da Xuxa.

Foi, porém, a brasileira Zazen que produziu e distribuiu "Tropa de Elite 2" e que respondeu por cerca de 44% dos ingressos vendidos pelo cinema nacional até aqui. A segunda no ranking de 2010, a Sony/Disney, aparece com 21,33% de participação.

"Pós-retomada, é a primeira vez que a liderança fica com uma empresa brasileira", diz Manoel Rangel, presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine).

Em 2002, a brasileira Lumière, que distribuiu "Cidade de Deus" e "Abril Despedaçado", mordeu 52,1% do market share do filme nacional. Mas a empresa trabalhava em parceria com a Miramax internacional.

E, neste ano, levadas em conta as associações, outras distribuidoras brasileiras se deram bem no negócio. A Downtown, por exemplo, partilhou com a Sony o lançamento de "Chico Xavier".

"Esse movimento veio para ficar", aposta Rangel, tomando por base a carteira de lançamentos de 2011, indicativa de que os filmes com potencial de público deixaram de ser monopólio das distribuidoras estrangeiras.

MAIOR QUE O MÉXICO

A ultrapassagem da Zazen se deu num ano forte não só no cinema nacional, mas no mercado como um todo, comprovando, de uma vez por todas, que o filme nacional não tira público do estrangeiro: soma.

A Ancine estima que, até o final do ano, os filmes brasileiros terão vendido de 24 a 25 milhões de ingressos.

O público total deve ficar entre 136 e 138 milhões, batendo o resultado de 2004, quando foram vendidos 117 milhões de ingressos --até então, recorde da década. Em 2009, foram 112,7 milhões de espectadores.

Se foi grande o aumento no número de ingressos, maior ainda foi o aumento na renda. A arrecadação, neste ano, deve ser cerca de 30% maior que a de 2009. Além de refletir o crescimento do público, o índice chama a atenção para a força do 3D que, apesar de mais caro, tem sido um ímã poderoso.

Essa cifra fará, inclusive, com que o mercado brasileiro supere o mexicano em renda e saia da 15ª para a 14ª posição no ranking mundial.

Notícias rapidinhas - XI

1. A direção do Festival de Berlim divulgou hoje os oito primeiros filmes da seleção oficial da 61ª edição do evento, que se realizará entre 10 e 20 de fevereiro de 2011. Entre os destaques, "Coriolanus", o filme de guerra que marca a estreia na direção de Ralph Fiennes, e "Pina", documentário sobre a dançarina alemã Pina Bausch e primeira experiência de Wim Wenders com o 3D.
2. Hugh Hefner pode embaçar o brilho da estreia de Tron - O Legado. O filme chega às telonas brasileiras nesta sexta (17), mas no site da Playboy existe um filme que deve chamar atenção de muito mais gente. É o making off do ensaio inspirado na ficção científica com as modelos Saxckya Porto e Irina Voronina.
3. As atrizes Julia Roberts (Comer Rezar Amar) e Charlize Theron (A Estrada) devem interpretar a Rainha Má (ou Bruxa) do conto da Branca de Neve e os Sete Anões ao mesmo tempo, segundo o Latino Review. Elas não estão competindo pelo papel. Trata-se da mesma ideia sendo adaptada por dois estúdios diferentes.
4. Embora O Discurso do Rei tenha sido o grande destaque das indicações ao Globo de Ouro, A Rede Social continua como nome forte para o Oscar, graças ao retorno que os prêmios dos críticos estadunidenses estão garantindo, segundo o Slash Film.
5. O diretor chinês Zhang Yimou (A Maldição da Flor Dourada) anunciou que o ator Christian Bale (Inimigos Públicos) estará em seu próximo filme, segundo o Latino Review. O nome provisório da produção é Nanjing Heroes e será baseada no Massacre de Nanjing.
6. A Academia de Ciências e Artes Cinematográficas liberou as primeiras quatro imagens oficiais de promoção da 83ª edição do Oscar. Todas trazem elementos típicos da festa: o tapete vermelho, o troféu, os holofotes e o envelope. E em todas as peças lê-se a inscrição: "Você está convidado". A premiação ocorre em 27 de fevereiro no Teatro da Kodak. A lista de indicados será divulgada em 25 de janeiro, mas é possível deduzir boa parte deles pelas premiações que já estão acontecendo, como a eleição dos melhores pelas associações de críticos de todo mundo. Um bom indicativo também é o Globo de Ouro, prêmio da imprensa estrangeira considerado uma prévia do Oscar.
7. Para o alívio dos fãs de Senhor dos Anéis e 007, o estúdio Metro-Goldwyn-Mayer, mais conhecido como MGM, anunciou oficialmente que saiu da situação de insolvência, segundo o IMDB. A notícia foi dada por dois dos novos chefes da empresa, Gary Barber e Roger Birnbaum
8. Mais um filme na extensa lista de refilmagens de Hollywood. Desta vez quem vai ganhar nova versão é O Vingador do Futuro. Segundo o jornal Toronto Star, a produção da Columbia Pictures será rodada inteiramente na cidade de Toronto, no Canadá.O estúdio Pinewood Toront será o responsável pelas gravações. Com orçamento estimado em US$ 200 milhões, o longa será a maior produção já realizada no país.
9. O Natal chegou! Você ganhou aquele presente que tanto sonhava? Ficou decepcionado com o “bom velhinho” por ele não ter passado na sua casa? Depois de assistir ao trailer de Rare Exports: A Christmas Tale você vai pensar duas vezes antes de lamentar a ausência de Papai Noel.O longa, assinado pelo diretor finlandês Jalmari Helander, traz uma versão diferente para a figura tradicionalmente simpática. Imagine se ao invés de recompensar os que se comportam bem, Papai Noel apenas castigasse os que se comportassem mal?Partindo da ideia, Helander criou uma fábula sombria que se passa em sua terra natal, a Finlândia. Durante escavações no Monte Korvatunturi, algo estranho é descoberto e uma série de eventos começa a tumultuar a região.
10. Os Vingadores, filme que reúne os principais heróis da Marvel, vai começar a ser filmado em Abril de 2011, no Estado do Novo México (EUA).Segundo a Variety, a produção será a maior já realizada pela Marvel Studios, com duração de seis meses, bancados principalmente por incentivos fiscais.

"A rede social" de David Fincher 2010

Comentário interessante:
"A Rede Social" é muito mais que um filme sobre Facebook
por Alysson Oliveira, do Cineweb
Um nerd sem habilidades sociais, mas querendo se tornar descolado. Um par de gêmeos mauricinhos com dinheiro e ideias, mas não espertos o bastante para executá-las. Um brasileiro estudando em Havard com mau gosto para roupas e movido pelo eterno impulso de satisfazer o pai. Bem-vindo a era das relações de mentirinha de "A Rede Social", em que as emoções e expressões estão apenas a um toque de distancia.

Dirigido por David Fincher ("O Curioso Caso de Benjamim Button" e "Clube da Luta"), a partir de um roteiro de Aaron Sorkin ("Jogos de Poder" e a série de TV "The West Wing"), baseado no livro "Bilionários por Acaso", de Ben Mezrich, o filme tem como mote o nascimento do Facebook, mas seria reducionista demais dizer que trata apenas dos bastidores da criação de um site.

"A Rede Social" aspira, e consegue em boa parte do tempo, ser o retrato de uma geração que nasceu com o boom da Internet e, ao chegar à idade adulta, descobre que a interação humana não é necessária para haver interatividade.

O filme começa com diálogos incessantes e pouco importa do que se depreende deles. O objetivo é entender que os jovens se interessam por informação - em grande quantidade, pouco importa sua qualidade ou profundidade. O mesmo se aplica aos relacionamentos, sejam amorosos ou simples amizades.

Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg, de "Zumbilândia") difama sua namorada Erica (Rooney Mara) na Internet depois de levar um fora dela. Não bastasse isso, inventa um site onde garotas "competem" por votos para serem escolhidas as mais bonitas de Harvard.

O que começa com uma brincadeira, se torna alvo de um processo milionário envolvendo a criação de um site de relacionamentos que mais tarde viria a ser - e é até hoje - conhecido como Facebook. Ele enfrenta os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss (Armie Hammer) e o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), sempre com a mesma pose parte blasé, parte nerd.

Zuckerberg é uma figura paradoxal. Com pouco trato para laços sociais, se torna o criador do site de relacionamentos mais usado do mundo. Apesar de manter os nomes reais dos personagens, o filme de Fincher não se preocupa em ir, no que se refere à questão de biografia, além daquilo que já se conhece da repercussão da criação do site, dos processos e tudo o que os envolvem.

O diretor cria "A Rede Social" como um thriller sobre disputas intelectuais e relacionamentos reduzidos a códigos de computação. Logo de início, é Eduardo que ganha a simpatia do público como um personagem frágil e sempre preocupado em não decepcionar seu pai. Mark, ao contrário, é sutilmente arrogante, com olhar soturno parece não deixar de analisar nenhum ângulo de qualquer situação - o que parece transformá-lo numa figura fria e calculista.

Só com a entrada de Sean Parker (Justin Timberlake), Mark vai se convencer da possibilidade de ganhar dinheiro com o site. Sean, um dos criadores do Napster, que revolucionou a forma como as pessoas distribuem música, ganha a confiança de Mark com seu modo divertido e bon vivant, e eles se tornam parceiros.

Fincher sempre foi um diretor de apuro técnico o que, muitas vezes, esfria seus filmes ou deixa as emoções enterradas bem lá no fundo. Aqui essas características são bem pertinentes. Os jovens criadores do Facebook são herdeiros - ou porque não filhos? - daqueles yuppies depressivos de "Clube da Luta". Se distribuir socos era uma forma de interação social no filme de 1999, aqui, uma conexão com a Internet pode trazer efeitos mais perigosos do que uma noite de troca mútua de sopapos.

"A Rede Social" é um daqueles filmes que chegam a ser assustadores por serem capazes de captar com tanta sagacidade o momento em que vivemos. Daqui a alguns anos, quando outras obras se debruçarem novamente sobre esse período, provavelmente o retratarão com senso mais crítico - mas sem o frescor e a confusão de levar para a tela a vida do lado de fora do cinema naquele momento.

Filmes x Livros: quando a adaptação na telona é melhor que a obra

por Natália Albertoni e Fernanda Klüppel

Nas buscas por listas de final de ano, essa aqui do Popcrunch indica 14 filmes melhores que os livros que os originaram.

A Identidade Bourne (The Bourne Identity, Robert Ludlum)
Nas telonas, a história de espionagem dirigida por Doug Liman perde grande parte da trama secundária envolvendo Carlos o Jackal, mas ganha um tema crucial: Bourne pode ser realmente o culpado das acusações que recaem sobre ele. A pequena distorção do personagem é encarnada muito bem por Matt Damon

Homens de Preto (The Men in Black, Lowell Cunningham)
O blockbuster com direção de Barry Sonnenfeld é baseado na história em quadrinhos ilustrada por Sandy Carruthers. Publicadas pela Aircel Comics – que foi comprada pela Malibu Comics e, por sua vez, foi vendida à Marvel –, as tirinhas mostravam a rotina de uma organização secreta que monitorava atividades paranormais na Terra, incluindo demônios, mutantes, aliens, entre outros. A adaptação concentra as mudanças na organização, que só monitora as atividades extraterrestres, seus métodos, que apaga memória ao invés de matar testemunhas, e seus objetivos, que passam a ser manter a ordem no planeta e não dirigí-lo.

O Iluminado (The Shining, Stanley Kubrick)
Stephen King, autor do livro que originou a adaptação de Kubrick, odiou o longa quando ele chegou aos cinemas em 1980. O que é justo, já que o diretor melhorou imensamente a história. No livro, Jack é essencialmente uma representação do autor, que nunca faz nada realmente ruim, e é resgatado no final. Já o filme constrói uma versão bem mais sinistra do personagem. Já que se trata de Kubrick, a imensa densidade do conteúdo é fenomenal, trazendo sentido para cada cena. Se você assistir a minissérie de 1997, você verá como a adaptação é banal e fiel ao livro se comparada ao trabalho feito por alguém que realmente sabe o que esta fazendo e pode acrescentar o suficiente para transformar uma boa trama em algo sensacional.

Mera Coincidência (American Hero, Barry Levinson)
A maior diferença entre Mera Coincidência e o livro em que é inspirado, American Hero (além de ser muito mais engraçado), é que eles levaram o filme para longe do mundo real. A satírica novela é baseada diretamente em pessoas e eventos reais: George W. Bush é o presidente em questão, e a primeira Guerra do Iraque foi uma farsa. O filme consegue ter muito mais graça com a premissa, parcialmente pelo presidente que não tem nome, e pelo fato da Albânia ter sido escolhida como fonte de guerra. A produção não teve o respeito que merecia por ser um maravilhoso e inteligente trabalho de humor negro, com um pouco de críticas sobre a forma da mídia lidar com a guerra e a política.

O Grande Truque (The Prestige, Christopler Nolan)
Em parte, o filme é melhor que o livro, devido ao elenco. Todos os personagens foram perfeitos e os atores eram todos veteranos que deixam clara sua experiência em cada cena. A história no livro tende mais para o terror, e é também marcada por um desnecessário artifíicio literário que deixa a história muito lenta. O fato que mais desagrada sobre a publicação é que o truque de Bordon é entregue ao leitor muito cedo, diferentemente do filme, que guarda o segredo até o fim para manter o suspense.

Psicose (Psycho, Robert Bloch)
Com Psicose, o escritor Robert Bloch criou a base para o que é, discutivelmente, o thriller mais icônico de todos os tempos. No romance, Mary Crane (a Marion do filme) é introduzida brevemente e morre muito rápido. Já o clássico de Hitchcock enfoca a trama na personagem, tornando Normam Bates muito mais antipático e insensível. Além disso, o livro se estende sobre o problema de alcoolismo de Bates como uma justificativa para a dupla personalidade. Não é um livro ruim, mas o filme o coloca em outro nível.

O Gigante de Ferro (The Iron Man, Ted Hughes)
Dirigido por Brad Bird, mesmo de Os Incríveis e Ratatouille, o filme traz um olhar brilhante sobre a paranoia da Guerra Fria. Diferentemente da obra de Ted Hughes, o gigante de Bird destroi boa parte da Grã-Bretanha antes de ficar amigo de um garoto e defender a Terra de um dragão espacial.

Forrest Gump – O Contador de Histórias (Forrest Gump, Winston Groom)
Aqui o protagonista também guarda profundas diferenças nas duas obras. No best seller, Gump não perde Jenny ou mesmo sua mãe e ainda ganha um macaco. O filme de Robert Zemeckis cobre apenas metade da história e seu aspecto trágico ganha força com a morte de Jenny com AIDS e com a alteração do papel do Tenente Dan.

Tubarão (Jaws, Peter Benchley)
Mesmo com toda a tensão de sua narrativa, Peter Benchley é desbancado por Spilberg neste filme icônico. A principal diferença é que os personagens do livro não são tão agradáveis quando no filme. Certa vez, o diretor brincou alegando que ele detestava tanto alguns personagens que acabava torcendo para o tubarão.

Filhos da Esperança (The Children Of Men, P. D. James)
Apesar de manter o mesmo tom de esperança do best seller, a versão de Alfonso Cuarón para Filhos da Esperança é drasticamente diferente do livro. Além das alterações dos personagens e das locações, os acampamentos de imigrantes, que ocupam boa parte da trama cinematográfica, não existem na obra impressa e a culpa da infertilidade cai sobre os homens.

Uma Cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit, Gary Wolf)
Além dos nomes dos personagens, a semelhança entre as duas obras é muito pequena. O romance é sobre tirinhas ao invés de desenhos animados e o seu protagonista está morto durante a maior parte da história. A versão cinematográfica dirigida por Robert Zemeckis manteve os personagens, o título, a interação com os humanos e insinuação suficiente para causar problemas à Disney.

O Silêncio dos Inocentes (The Silence Of The Lambs, Thomas Harris)
Enquanto o livro tende a uma narração metódica e trabalhosa, o filme de Jonathan Demme é recheado de suspense e prende a atenção. Sem contar que muito da “superioridade” do longa está na atuação brilhante de Jodie Foster, mas, principalmente, de Anthony Hopkins, que em apenas 20 minutos na tela, surpreende na pele do psicopata Hannibal Lecter.

Um Estranho no Ninho (One Flew Over The Cuckoo's Nest, Ken Kesey)
Uma das mais significantes mudanças na adaptação de Milos Froman para o cinema foi suprimir a narração do Cacique Bromden. A perspectiva de Bromdens é totalmente apoiada em suas alucinações, mas apesar de ser incrível adentrar uma mente perturbada, o leitor é desviado da trama com frequência.

O Poderoso Chefão (Godfather, Mario Puzo)
O romance traz um olhar interessante de Puzo sobre o crime em Nova Iorque, mas é fraco e muito direto. Nas mãos de Francis Ford Coppola, os personagens adquirem profundidade. Gangsters são apresentados como homens comuns, com falhas, mas até bondosos em alguns momentos. A trilogia se torna uma das maiores obras cinematográficas da história dos EUA.