segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Número de salas no Brasil chega a 2,5 mil

por Roberto Guerra

O mercado cinematográfico no Brasil termina o ano levantando taças e brindando o êxito marcado por bons números e alguns recordes. São três filmes nacionais entre as maiores bilheterias de 2010, que juntos a outras 68 produções brazucas conseguiram abocanhar 19,1% do faturamento com bilheterias no país no ano. Por último, Tropa de Elite 2 ultrapassou a marca de 11 milhões de espectadores, tornando-se o campeão absoluto de público no país.Esta semana,chega outra boa notícia: o circuito exibidor brasileiro cresceu e chegou a 2,5 mil salas. Para se ter uma ideia, em 1997 tínhamos pouco mais de mil telas no país. Não, não se trata de um recorde. Em 1975, eram 3,5 mil. Mas os números atestam uma reviravolta e tanto. Basta lembrarmos do cenário nos anos 90: salas fechando e dando lugar a templos evangélicos. As grandes responsáveis pela guinada foram as chamadas salas multiplexes. Durante décadas se ouviu que tínhamos péssima infraestrutura em nossos cinemas. Era verdade. Aquele papo de que o mercado nacional era prejudicado porque as salas não eram confortáveis, tinham som ruim, sem qualquer acústica – críticas completamente ignoradas pelos exibidores nacionais – se mostrou fato. Esses mesmos exibidores acabaram falindo ou tendo de se adaptar às pressas quando a americana Cinemark impôs um novo padrão de qualidade no país. Estava aberto o caminho para o crescimento. Apesar dos números positivos, ainda estamos distante (muito, diga-se) do ideal. Apenas 9% dos municípios brasileiros têm salas de cinema. A distribuição dessas salas de projeção também é desigual: a maioria está concentrada na Região Sudeste, segundo dados divulgados pelo Ministério da Cultura. Entre os Estados, o Rio de Janeiro lidera o ranking com o maior percentual de municípios com salas de cinema, com 41,3%, seguido de São Paulo, com 22,3%. Em termos absolutos, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentram o maior número de cinemas no país.Em suma, muita coisa precisa ser feita ainda para deixarmos de ser o país dos sem-tela. Mas é impossível não se entusiasmar com os bons números de 2010.

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